Enviado por Denúncia Anónima
Sexta-feira, 30 de Março de 2018 17:46
Autor anónimo
Titulo e imagens adicionadas pelo CM.
Meteram-se com o cartão de crédito quando o povo tinha que adiantar o dinheiro todo e aguardar, burocratizaram e fizeram da vida das companhias e dos passageiros um calvário porque os "profissionais" que produziram o melhor Subsídio de Mobilidade de sempre não podem cair no ridículo de ter falhado e ter que recuar.
O ex secretário foi posto na Assembleia para não chatear e cada vez mais gente se enrola neste caso de "o que torto nasce, tarde ou nunca se endireita". Os erros foram cometidos porque o subsídio foi feito por gente desconhecedora do negócio das passagens aéreas e das condicionantes das companhias. Os advogados recortaram com primor legal uma solução que parecia um concurso para um predestinado ter emprego e claro que deu barraca. Por inflexibilidade arrogante.
Mas cá estamos nós a ver novas mudanças. Toda a retórica usada de continuidade territorial e da tarifa social vai cair porque afinal não há dinheiro e o melhor Subsídio Social de Mobilidade não tem sustentabilidade, o que comparado com outras opções, sobretudo de obras públicas é um verdadeiro ridículo, sobretudo aquelas que geram rendas de serviços porque também mal pensadas.
"As viagens com direito a subsídio deixarão de ser ilimitadas por passageiro, os voos abrangidos pelo subsídio poderão ser apenas os primeiros e os últimos do dia, o valor da viagem base, atualmente, em 65 euros para estudantes universitários e 86 euros para os restantes, deverá ser alterado (para cima ou para baixo), o tecto dos 400 euros deverá baixar, aumentando o custo para o passageiro, os universitários deverão ter um limite máximo de 5, 6 ou 7 viagens subsidiadas, por ano, mas os madeirenses deixarão de esperar dois meses para terem o reembolso, passando a pagar à cabeça o valor da viagem."
Vamos traduzir isto por miúdos. Se antes tínhamos o problema de pagar tudo à cabeça agora só se paga o que devemos mas com bem menos lugares. Não vai quem quer, vai quem apanha lugar nos voos muito cedo ou muito tarde o que se calhar não dá jeito nenhum ao passageiro. Vai funcionar um pouco como as tarifas publicitárias que muitas companhias usam para chamar a atenção. Agora teremos poucos lugares e a culpa será da disponibilidade dos aviões.
É um erro se pensar que os aviões muito cedo ou muito tarde têm menos passageiros porque são eles que alimentam as viagens de média e longa distância, portanto as viagem que partindo daqui têm ligações para outros destinos. Meus amigos, nas épocas de mais viagens dos estudantes com certeza o Governo Regional terá que se preparar com mais voos charters porque 3000 estudantes para as poucas oportunidades, a concorrer com outros passageiros em voos muito tarde ou muito cedo, não chega para tapar o buraco de um dente! Por outro lado pergunta-se, qual a diferença desta solução dos princípios de uma low-cost? Nenhuma, estamos a entrar numa outra área de comparação, mais à frente veremos que apesar de abordagens diferentes a solução vai dar ao mesmo. Com as novidades do Subsídio de Mobilidade a diferenciação perde-se.
Por outro lado, estará o Jornal do Miguel a dramatizar para experimentar o povo? Tal como mandou sondar sobre outras questões, onde vendeu uma solução para conquistar votos em 2015 mas que agora quer impor outra? Será esta notícia um extremo para que depois o Governo Regional diga que conquistou algo quando perdemos muito? Quem desenhou este modelo foi o Governo Regional e fez muita política de baixaria com ele e agora parece que a montanha pariu um rato. Lisboa tinha culpa mas esta notícia sai de suavezinho do GR para ir acostumando as pessoas. Este Governo mente.
A política de transportes deste Governo Regional é uma palhaçada enorme, para todo lado que se olhe há porcaria. Sempre com aquele estatuto de superioridade quando a Madeira é que está isolada. Reparem que a Madeira RECUSA negociar com mais companhias como a Ryanair. Se a região é um destino turístico muito "apetecível" deveria haver mais companhias a voar mas, tudo isto cheira a tanto esturro, tal como o facto de a hotelaria não ter cadeias internacionais. Quando algum tenta, logo o governo condiciona, parece que defende negócios e não cria as plataformas de promoção e entendimento do destino para deixar os players livres de decidir. Tanto Lobby.
Como pode os Açores, com menos turismo, ter mais companhias a voar entre Lisboa e os destinos dos Açores do que entre a Madeira e Lisboa? Como se pode recusar negociar com a Ryanair na Madeira?
A Madeira quer turismo sem ter trabalho, vence o Destino de Ouro e depois com sorte vêm aviões da China com o Futre à frente. Os Açores tendo a sua companhia de aviação negoceia com mais companhias do que a Madeira. Prometeu-se uma ligação estratégica com a SATA, para termos mais alternativas para Lisboa e não só, até se falou numa 3ª empresa para fazer os voos para Lisboa, que poderia ser a Binter mas nunca se concretiza nada. Surgem os títulos para impressionar nos Diários e esmorece sem efectivação.
Outra situação ridícula do Subsídio de Mobilidade é que existe para nos colocar em igualdade de circunstâncias com os portugueses do Continente. Porque é que querendo usar voos para a Europa ou outros destinos temos que fazer duas reservas? Se calhar para não aderirmos ao subsídio. Ao optar por duas reservas para aceder ao Subsídio de Mobilidade pode-nos sair caro porque deixamos de ter protecção em cancelamentos ou atrasos.
Se no subsídio e nas políticas de transporte aéreo estamos assim o que dizer da TAP que desinvestiu em rotas directas para o estrangeiro, havia Madrid, Barcelona, Londres, e agora obrigam-nos a ir para o atolado hub de Lisboa. Não há cabeças para pensar?
Já estou a divagar, fico-me por aqui, obrigado pela publicação. Parabéns pelo Vosso trabalho, estão a dar cartas! Este espaço que dá oportunidade ao povo é muito bom.
