Caminho dos Pretos: do terror à esperança

Árvores com algum porte, na berma e que já desafiam a gravidade.
Hoje juntei o útil ao agradável e tomei um caminho para um 2 em 1. Fui tentar perceber o porquê de tantos avisos para não ir para o Caminho do Pretos quando está mau tempo e, ao mesmo tempo, verificar o que a Prada tanto fala enquanto nicho de sucesso que esquece o litoral.

Vi muros fuzilados por troncos que desceram a encosta, tipo míssil, que levaram tudo à frente e que agora são substituídos por blocos gigantes de betão. Contínua a haver troncos apontados para a estrada e de facto com mau tempo o deslizamento pode-se dar. Foi o que mais me impressionou. sobretudo os que estão bem mais lá para cima, que da estrada não se vê mas que iniciando movimento são imparáveis e que levam carros. Fica uma pergunta de leiga na matéria, as pontes estão seguras depois dos impactos que sofreram?

Vi cursos de água atulhados e isso não esperava ver, pensei que estávamos num processo mais adiantado da recuperação da zona. Isto representa a segunda situação que me impressionou. Com chuva é fácil a água galgar e dependendo da quantidade também nos pode levar.

Vi reconstrução, replantação de arbustivas (estreleiras) e árvores (notei os folhados), naturalmente pequenas e protegidas, concentradas na zona mais próxima do Terreiro da Luta, no resto da extensão do caminho a  natureza está por sua conta. Vi ainda muita devastação, poluição e ferro velho que a inexistência de vegetação expôs. Vi a natureza a encontrar caminhos alternativos enquanto o homem não chega e a água a correr apesar de tudo cristalina. Vi caminhos de acesso para o negócios da madeira e a arborização vedados, acho bem.

Da passagem pelo caminho dos pretos resumo o seguinte, com mau tempo não vá, com bom tempo atenção aos trocos tombados acima da sua cota, não está aprazível e vai levar muito tempo até que mesmo "escalfado" o aceitemos por saber que se fez o que se pôde. Neste momento há muito trabalho por fazer e esperemos que o bom tempo permita outro ritmo de intervenção. Aqui a secretária não vai cobrar taxinhas. Ficam as fotos e alguns comentários, amplie por favor:

As mesmas árvores da foto anterior.

Por vezes os troncos que ameaçam estão à vista ...
... outras vezes estão mais acima imperceptíveis a quem passa no caminho.

Curso de água atulhado. Apesar da área já ter mostrado a força da natureza ninguém liga.
Outra passagem de curso de água por baixo de uma ponte atulhada.

A montante de uma ponte. Parece que não há uma ordem de prioridades.
Um dos vários acessos para trabalhos, este com portão.

Um dos muito muros levados por troncos que descem as encostas.

Limpeza e negócio.
Alguns sítios conhecidos estão irreconhecíveis.

Termino com a esperança da reflorestação, ainda uma pequena parte do necessário junto ao Terreiro da Luta.