Madeira, um mar de piratas



Temos memória curta quando queremos. A mente dalguns políticos funcionam como a ETAR da Ponta do Sol. Roubaram peças fundamentais como a decência, o decoro e a ética. Já sabem o que ando a insinuar, o produto final da referida ETAR.

O PSD-M só se interessa pelo ferry com o arranque da campanha interna. Os candidatos estavam ávidos para se pôr de parte do resultado da governação de Jardim que "mandou" o Armas. Queriam cair em graça de militantes e eleitorado para terem futuro político.

Naquela época ninguém se importava com os pormenores, eram todos a favor do ferry porque fora pecha de Jardim. Gerou muita discussão, gerou uma petição defendida por Marques e gerou uma promessa de Albuquerque. Quando a fizeram estavam cientes de tudo ou então, das duas uma, eram incompetentes ou levianos.

Jardim, quando sem interesses malévolos, sabe bem avaliar e catalogar algumas figuras e, sem dúvida, que no "sem malícia" acertou na "mouche", um indivíduo que parece "porreiro pá" mas perpetra barbaridades com uma grandessíssima lata.

De arranque, o ex-secretário que faz o que fez às ribeiras do Funchal, reúne um gabinete de bárbaros, finge apoio aos nossos emigrantes da Venezuela e torna a manutenção em obras aos necessitados empreiteiros do regime. Jardim que não gosta da figura, até arma a falácia de que era contra as obras. O ex-secretário não tem palavra para ser levada em conta de forma séria com estes antecedentes, por mais que aparente sobriedade, essa capa das barbaridades.

O senhor Marques perdeu em toda a largura política. Depois de ter enganado os seus poucos apoiantes, pensou exclusivamente no seu tacho e teve sucesso, lá chegado foi um desastre. Remetido para as catacumbas da ALR com a remodelação governamental e em fim de linha por ordem de Jardim, via Miguel Albuquerque e ainda atiçado pela Renovação que nunca o tolerou, Marques que dependente da política e dos lobbies vem com novo ensaio do "bandido". Um regresso oferecendo gratuitamente a linguagem dos que mandam efectivamente no PSD-Madeira. Que se lixe o povo, quer é saber de novo de si. Culpas a Lisboa, esquecendo de promessas e jornadas de luta para cair em graça, agora no partido.

Marques é um oportunista. Quando pouco valia no PSD Madeira juntou-se às acções do Grupo do Ferry, sujeitou-se as iniciativas para cativar e usar gente crente das suas boas intenções. Depois de parecer ter apoio popular com o grupo do ferry, Marques estava apto a fazer mais um "filme" com intuito de convencer a Renovação para uma aliança nas internas com Miguel Albuquerque.

Conquistou tudo o que quis e ainda ficou numa área onde aqueles que o apoiaram não lhe poderiam pedir satisfações ou cobrar. Tudo premeditado. Usou o ferry para chegar ao tacho, despachou o elo e esqueceu as suas acções eleitoralistas feitas para não chegar a sítio algum.

Marques, agora aflito, está a reescrever o formato do que apoiou, dizendo que foi um erro do Governo Regional a iniciativa do ferry e assim defende, indirectamente, o lobby do Sousa ao qual já pertenceu e que importou nalgum momento desvanecer do seu currículo. Agora encaminha o assunto para uma não solução, atirando "meigamente" as culpas "à letra vencida" Albuquerque e ao Governo da República. Faz-se de querido do sistema para ser vencedor através de uma nova narrativa sintonizada com o poder caduco e voltar a ter uma oportunidade na política. Esta coisa de só parecer na política deve ter os dias contados. As voltas que isto deu, estamos numa fase intermédia ... perfilando-se pelos argumentos de Jardim. Jamais se viu Marques com o grupo do ferry.