Ferry a frio, votos a quente.


A APRAM entregou a exploração do serviço rentável de frio no Porto do Caniçal ao Grupo Sousa, situação que ainda não estava sob alçada do monopólio. Para um Governo que diz querer inverter a situação nos portos, que nos coloca com preços de fretes exorbitantes, passando por uma longa cadeia de custos que oneram, oneram e oneram, é interessante perceber que as intenções são boas mas as práticas são contrárias. Com um ferryzinho para brincar com o povo por 12 viagens, um descarte de promessa e milhões, chegamos à conclusão que o madeirense está a pagar a peça de teatro mais cara de sempre, uma superprodução hollywoodesca.

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O monopólio tem uma lata! Nunca paga nada à APRAM pela exploração dos portos. Tem privilégios impensáveis e dá ordens ao Governo. Trata os estivadores como cães. E, tendo monopólio e a praticar os preços que quer ainda tem a APRAM a lhe pagar os custos fixos! Então o negócio do frio passou para o Grupo Sousa e é a APRAM é que paga a electricidade que alimenta os contentores frigoríficos!? Contratos entre amigos:



Já agora, a APRAM podia organizar uma viagem aos beneficiários da Madeira Nova que, tantas vezes, fazem borgas no estrangeiro para se rirem de nós e ostentar a riqueza que não podem manifestar aqui. É que como El Matador bem alertou o grupo monopolista já faz concorrência a si próprio. Ninguém pode viver ou ter iniciativa na Madeira, depois estranham que ninguém concorre? 

Percebemos que apesar de Eduardo Jesus ter cometido erros e não ter humildade, deixando entre outras, a herança do Subsídio de Mobilidade que vai cozinhando o Governo Regional em lume brando, há já indicadores de como o lobby dos portos que o afastou está à vontade. A arrogância foi embrulhada. Dizem que já se filiou no PSD, acabou-lhe o gás? O Sousa também fornece. Agora se fores bem comportadinho a máfia trata de te dar boa vida e perdoa. Que silêncio tão sujo de Eduardo Jesus enquanto deputado na Assembleia Legislativa Regional, um com manias de leão tornado gatinho doméstico. Miguel Albuquerque, ao tirar o tapete a Eduardo Jesus, é cúmplice de Luís Miguel de Sousa, em tudo o que se passar depois da saída do antigo secretário encarregado de regularizar a situação nos portos que, como vemos, é mentira. Todos perfazem um momento indigno de promiscuidade entre os interesses dos madeirenses por eles representados e a sua atitude de vassalagem aos lobbies regionais.

Os negócios trafulhas desta terra parecem os concursos para bens e quadros na Função Pública, é sempre tudo honesto e explicadinho mas no fim são sempre os mesmos a ganhar. Ide levar no pacote! E a APRAM deficitária, connosco sempre a injectar capital, entregou a área de frio que era rentável ao Sousa e o Governo ainda lhe entrega o ferry, está tudo certo, foi o único interessado, dêem graças a Deus ... por 2019! O Emanuel que faça arroz de pato agora.
Só acredito em duas coisas: no dinheiro e na força"
 Luís Sttau Monteiro