Me engana que eu gosto

Os eleitores ás próximas regionais deviam ter formação especifica para lidar com os nossos políticos regionais. Especialmente com o partido da renovação que se mantém no poder há 40 anos e mesmo assim no seu discurso de campanha "exige" uma maioria absoluta aos Madeirenses

Pudera, eles não sabem governar de outra forma. A mudança de postura tão aplaudida pela oposição, no estilo de governar e de se relacionar com a oposição não passou disso mesmo. Um novo estilo para passar uma ideia de mudança que não se concretizou nos pontos chave da governação.

Como diz o povo, a m*rda é outra mas o cheiro é o mesmo.

Até no discurso regressou aquele cheirinho a Jardinismo: a teoria do inimigo externo, a lógica que somos a fonte do conhecimento mas os exemplos de erros acumulam-se, a recusa em seguir ideias dos outros que toda a gente sabe que são as correctas (lembram-se de como o helicóptero de combate a incêndios era uma ideia de lunáticos?), e outras técnicas maravilhosas para distrair o povo.

Foi também para identificar políticos deste calibre que Noam Chomsky  elaborou as “estratégias mais comuns de manipulação em massa através dos meios de comunicação de massa“. Consegue identificar as mais usadas na política regional? 


A estratégia da distracção
O elemento primordial do controle social é a estratégia da distracção, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e económicas, mediante a técnica do dilúvio, ou inundação de contínuas distracções e de informações insignificantes. Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real.

Criar problemas e depois oferecer soluções

Este método também é chamado “problema-reacção-solução“. Se cria um problema, uma “situação” prevista para causar certa reacção no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja aceitar.

A estratégia da gradualidade

Para fazer que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. Foi dessa maneira que condições sócio-económicas radicalmente novas, neoliberalismo por exemplo, foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990.

A estratégia de diferir

Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como “dolorosa e necessária“, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Depois, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “amanhã tudo irá melhorar” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se à ideia da mudança e aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

Dirigir-se ao público como crianças
A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entoação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse uma criança de pouca idade ou um deficiente mental.Quanto mais se tenta enganar ao espectador, mais se tende a adoptar um tom infantilizante. Por quê? “Se alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestionabilidade, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reacção também desprovida de um sentido crítico como as de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade.”

Utilizar o aspecto emocional muito mais do que a reflexão

Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e finalmente no sentido crítico dos indivíduos.Por outro lado, a utilização do registo emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou injectar ideias, desejos, medos e temores, compulsões ou induzir comportamentos. Muitas vezes é aplicada com a teoria do inimigo externo ou com discursos do medo.

Manter o público na ignorância e na mediocridade

Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores e as classes sociais superiores seja e permaneça impossível de ser revertida por estas classes mais baixas.

Estimular o público a ser complacente com a mediocridade

Promover ao público a crer que é moda o ato de ser estúpido, vulgar e inculto. Introduzir a ideia de que quem argumenta demais e pensa demais é chato e mau humorado, que lhe falta humor de sorrir das mazelas da vida.  Assim as pessoas vivem superficialmente, sem se aprofundar em nada e sempre ter uma piadinha para se safar do aprofundamento necessário a questões maiores. A ideia é tornar qualquer aprofundamento como sendo desnecessário. Pois qualquer aprofundamento sério e lúcido sobre um assunto pode derrubar sistemas criados para enganar a multidão.