Hoje foi um mistério, vi um presidente maior angustiante, um presidente em estágio ruminante, um primeiro ministro incrédulo mas sempre sorridente, vi um Batman que tem tudo a ver depois de visto um busto que parece o Robin. Não deu povo porque faltou a tolerância, não houve maneiras, nem os isentos de horário preencheram as cadeiras. Tudo forçado numa orquestra que não tem um verdadeiro artista. O brilharete político ficou pelo meio mas já canta um trunfo de borla para quem explora os madeirenses, seja a política ou do chegar, ver e Vinci. Os franceses sempre vão ganhar afinal. Quando a estupidez acordar e o povo também, este dia será para recordar. A César o que é de César, a Ronaldo o Futebol. Uma coisa é certa, ou mandamos os escultores para a escola ou mandamos Ronaldo para a cirurgia plástica. Viva Ronaldo, estimo-te, agora isso não implica que, na justa e inversamente proporcional medida, deteste os que se aproveitam de ti, da tua fama e da tua família, mais para projecção política do que para projectar a Madeira.
O rei dos animais, o rugidor leão, com o porco engraçou, não sei por que razão. Quis empregá-lo bem para tirar-lhe a sorna (a quem torpe nasceu nenhum enfeite adorna): deu-lhe alta dignidade, e rendas competentes, poder de despachar os brutos pretendentes, de reprimir os maus, fazer aos bons justiça, e assim cuidou vencer-lhe a natural preguiça; mas em vão, porque o porco é bom só para assar, e a sua ocupação dormir, comer, fossar. Notando-lhe a ignorância, o desmazelo, a incúria, soltavam contra ele injúria sobre injúria os outros animais, dizendo-lhe com ira: - «Ora o que o berço dá, somente a cova o tira!» E ele, apenas grunhindo a vilipêndios tais, ficava muito enxuto. Atenção nisto, ó pais! Dos filhos para o génio olhai com madureza; não há poder algum que mude a natureza: um porco há-de ser porco, inda que o rei dos bichos o faça cortesão pelos seus vãos caprichos.