De meu nome Almeida Garrett, ressuscitado para a literatura da nova era, defendo justiça e equidade. Levantei-me da cova e mal estava a sair deparei-me com várias outras e caí na da CMF, olhei à volta, perguntei o que se passa e nada mais desejei que voltar ao meu leito.
Olho com tristeza para o modo como estão a ser conduzidos os destinos da capital madeirense. Uma onda de pretensa mudança apoderou-se do trono municipal, dizem que à conta de umas desavenças no paraíso laranja.
O líder azul, armado de uma inexperiência, desatou a desmoronar todo o sistema municipal, como se de alguma experiência não fosse feito o passado. Por detrás surge a personagem mais sinistra da Câmara do Funchal - Um diabo disfarçado de ser humano, que sorri e acena para todos, com egocentrismo exacerbado.
Ora sem barbicha, ora com barbicha, ora quase nunca humano mas quase sempre bode, sempre com sorriso sarcástico chapa 5. Até se foi polir de lustro para lamber as botas ao chefe Costa. Este diabo em forma de gente manipula os cordéis da marioneta cafofiana, pondo e dispondo dos seus maquiavélicos desígnios. Estratégia errada por sinal caros leitores, se o líder produz empatia o segundo consome-a. Alguém ainda ensina estes senhores como se governa uma câmara, sabendo de antemão que poderiam cobiçar um segundo mandato? Pois então serei eu a ter algumas ousadias:
Em primeiro lugar uma câmara existe para servir a população. Os funcionários são pagos para cumprir um serviço público. Para tal devem estar munidos das ferramentas necessárias para um bom desempenho de funções, estarem bem instalados e principalmente terem motivação para trabalhar. Isto é tão elementar na função pública, como também o deveria ser no sector privado. Olho para todo lado e neste recanto visitado é mais um para o tudo igual. De cova em cova.
Sua Excelência, Presidente, respectiva vereação e demais adjuntos, deveriam começar por deixar trabalhar a "máquina autárquica", mantendo-a oleada, feliz e motivada. Desta forma granjeavam o apoio dos funcionários em pleno e das respectivas famílias bem como de amigos e conhecidos. Espero que não multipliquem como o Guterres, façam as contas.
Ao longo do mandato, gradualmente, o Sr. Presidente poderia fazer algumas mudanças no sistema financeiro, pagando dívidas a fornecedores, mas.... sempre mantendo a sua equipa com motivação plena. De facto o décimo é uma mais valia, de facto tem números consistentes mas nada como a meia medida, é preciso continuar a viver e a satisfazer os munícipes. A vida não pára para pagar a dívida. Do que vi nesta visita à conclusão chego que a maioria lhes apetece dizer: Sr. Presidente! A sua equipa são TODOS os funcionários autárquicos.
Com a máquina oleada, o Presidente tornaria-se imbatível porque é-lhe reconhecido carisma mas isso tem que ser acompanhado de equipa com ouvidos. Para surdos bastam os outros, os da Vigia. Com todos, convencidos, acarinhados e sem cor, mostrando pleno controle dos destinos da principal câmara da Região, seria fabuloso!
Ao invés, o Sr. Presidente, da sua prole desde cedo se encarregaram de instaurar o medo e a desconfiança. Partiram do pressuposto errado que todos os funcionários tinham etiquetas laranjas. Pois eu e eles acreditamos nestes nossos dias que acreditados em quem nos trata bem, os partidos são todos iguais, infestados de maus hábitos e instintos. Se é independente, modere-se e modere, não seja mais um.
Com a ânsia de querer mostrar trabalho a equipa da Mudança começou a arruinar a estrutura laboral do município, destruindo departamentos e divisões, mudando cargos, fazendo nomeações ao disparate. Dizem e eu replico, não sabendo das ambições e das frustrações. Para além das confusões, armadas nos corredores da presidência sem experiência no terreno, já relatadas em praça pública por quem as viveu na primeira pessoa, a equipa azul prosseguiu cega, numa onda de desmotivação e descrédito dos seus funcionários.
Instalou-se a intriga, o mau estar geral. Potenciou-se o medo entre colegas. Quem tem conhecimento e sabe fazer é literalmente espezinhado e amordaçado. Onde já vi isto? Observando a bela equipa cafofiana, começo por indicar o rei dos tiros nos pés é um tal de "Sem Abrigo", mal disposto, sem trato, egocêntrico, que só vê orçamentos participativos. Este abutre, saído dos corredores da Universidade da Madeira, é mau agoiro para a classe dos arquitectos, que esperam e desesperam pela aprovação das suas licenças. Seria uma carta a jogar fora deste baralho inquinado. Outra carta para tirar do baralho, é uma rata velha que já devia estar em casa a cuidar dos netos, em vez de se armar em boazona de perna bamboleante. É também um ser desprezível vindo do sector da educação, que pelos vistos é a incompetência disfarçada com título de vereadora. Antro de podridão pedante tal qual velha do Restelo, saída de um pesadelo dos antepassados, passa a ferro e faz a folha a quem tem a ousadia de a desafiar. É aprendiz do diabo-mor e também sabe jogar sorrisos angélicos com a mesma chapa 5. O sorriso é a ilustração do coração.
Do elo mais fraco não rezará a história. O ambiente e recursos naturais do município saíram apagados neste mandato. Antes e após flamejantes incêndios, este pelouro foi a pedra no sapato de Cafôfo.
E o engenheiro vindo dos lados da casa luminosa, que ainda vai fazendo ginástica com as finanças do município? Tenta ser imparcial, honesto, bom samaritano. Mas como todos, também caiu na armadilha do veneno destilado, deixando-se levar por falsas verdades. Sem o saber, vende a sua alma ao tal diabo, que deambula pelos corredores da presidência. Amante do passado, dos caminhos da realeza, insurge-se no presente com a defesa de uma pseudo-loja para servir o enganado munícipe.
Uma loja de fantasia, local insípido, insonso, ao qual se adiciona o ambiente atrás relatado, sem ovos não há omoletes. Autêntica enfermaria de pensamentos doentes. Tão boa esta loja que da última vez que lá fui fazer um requerimento, o sistema informático enguiçou. Afiançam de dentro que a informática é outro dos calcanhares de Aquiles do Cafôfo e do diabo adjunto. A sede de controlo total, de espionagem da vida privada de cada um, tal qual Salazarismo do novo século, vai mantendo a podridão de um sistema de computadores falido. Novo sistema não perdoaria a ousadia e colocaria responsabilidade. A tão actual segurança das redes não existe naquele município. Que a fé se escreva com uns e zeros e reze no sistema para que um ataque informático não ocorra e que nos paralise mais do que o 20 de Fevereiro ou o incêndio do ano passado. Só faltava a devassa dos conteúdos arquivados.
Sr. Presidente! Acorde! Não se ande a gabar com os 45 milhões. Olhe com carinho para a sua equipa de trabalhadores, olhos nos olhos, enquanto há tempo. A população precisa de funcionários competentes e motivados. Não queremos gente doente de corpo e alma, desmotivada e com baixas compulsivas para fugir da dor infligida por tão má gestão. Humildade e humanidade precisam-se presidente azul. Desça do seu pedestal, esqueça as hierarquias, vá lá abaixo aos funcionários mais simples. Liberte-se das correntes invisíveis, liberte-os do medo, dê-lhes ânimo, toque-lhes no coração. É agir enquanto ainda há tempo!
É que mesmo tendo sido lavado, porque a higiene é fundamento da saúde, olho para a cova ao lado, onde uns quantos pequenos dizem asneiras, completamente marginalizados do que é fundamental e assertivo para funcionários e munícipes. Venha o diabo e escolha, tomara que tivesse juízo.
Bem nasce em todos os climas a semente da liberdade; mas desde que lhe germinam as folhas seminais, há-de haver um Washington que a monde, e ampare, ou os espinhos são tantos logo, tantos os cardos e abrolhos, que a afogam".