Bem prega



Ricardo Vieira fez uma inusitada pregação às formigas que trabalharam no 1.º de Maio. Não se sabe se na qualidade de advogado, de deputado, de provedor de leitores, ouvintes e telespectadores ou de católico pecador praticante. Mas fez e da grossa.

Revoltado com a "coligação regional de interesses que faz da propaganda notícia, sem qualquer crivo ou análise", acha que "relatar factos com rigor" e propaganda são a mesmíssima cousa. Vai daí resolve sovar os meios de comunicação deste rochedo, num articulado difundido no FN sabe-se lá a que preço.

O causídico, também ele derrotado na troca de argumentos em torno das brejeiras questões marítimas, meteu-se em apertos que os reguladores podem vir a pegar, insinuando que "mandaram publicar o anúncio no Parlamento de que a questão do Ferry estava em Bruxelas". Depois de tudo o que se sabe, o douto conhecedor das escalas desta promessa queria que o dossier estivesse onde? No seu escritório?

Numa coisa tem razão: "Se a informação "publicitada" madeirense fosse mais critica, preparada e estudiosa, saberia questionar e duvidar desses propósitos, muito comuns em vésperas de autárquicas". Como poria em público tantas promiscuidades e dons de quem é conhecido na praça por apregoar o que não pratica.

De que estão à espera os que foram humilhados para fazerem a folha a quem parece estar ávido de pareceres?

A arte é a eterna desinfectante de toda a podridão em que toca".