As internas mostram a saúde dos partidos

Recorte de destaque de capa do Diário de Notícias do Funchal 18-01-2018
O Partido Socialista na Madeira tem a capacidade de destruir os momentos que lhe são favoráveis. Parece que a fome é muita e quando vêem um cesto de comida chegam todos a correr e a multidão desorganizada vira o cesto e deita a comida a perder ladeira abaixo.

Se por um lado Carlos Pereira não quer reconhecer de onde vem as dinâmicas das subidas do PS regional, por outro, Paulo Cafôfo quer tanto ser independente que está quase a tirar o microfone ao Emanuel Câmara.

Numa hora que o povo vê incompetência e descrédito total no Governo Regional, alvo de chacota por cada anúncio, e de um PSD Madeira cheio de paróquias, nos velhos e nos novos, a encher cada vez mais com amigalhaços que participam no "gamelão", o PS Madeira decide fazer o tradicional folclore de rua a mostrar desunião em vez de um grupo coeso para governar. Um partido político que chega com seus assuntos internos ao Tribunal Constitucional não é bom augúrio para governar. O PSD Madeira esfrega as mãos, era disto que precisavam para dizer que aqueles, o PS Madeira, são piores que nós, para que o povo diga "raio de bicharada a que estamos entregues".

Este ambiente é bom para afugentar gente capaz para outras opções ou até a emigração, há políticos a emigrar. Ninguém no seu perfeito estado de saúde mental, sabendo que tem qualidade, se mete na política regional para estar sujeito aos ditames de gente ruim que vence por falta de comparência de tantos outros com qualidade, que não se dão nesta selvajaria de lutas sem regras. Isto significa que estamos com cada vez pior qualidade na política.

Ainda assim, a saturação do povo é tal que muda para qualquer "coisa", porque o PSD Madeira acabou com as suas possibilidades ao falhar rotundamente a governação. Era para mudar, fazer completamente o oposto, era para acabar com os lobbies que matam a economia da Madeira, era para extinguir os monopólios nos portos, era para conservar e não prosseguir a folia das obras, tudo "tinha que ser". Acabou tudo num grande flop de vaidades e incompetência, os novos estão com a mesma gestão de ruína a que os velhos nos levaram mas, pior, sentem que são os últimos momentos de poder e é um salve-se quem poder para assegurar o seu tachinho.

Apesar de tudo, o povo espera que isto serene, esperançado em alcançar um líder sem alucinações, capaz de constituir uma equipa para governar, finalmente, para o básico dos eleitores. Seja lá qual for mas, tem que ser um líder diferente destas coisas que aí andam.