PSD Madeira em nó cego

O acompanhamento de ontem às eleições internas do PS Madeira, mesmo em órgãos de comunicação social que depois farão fretes ao sistema, prova o quão importante foi esta eleição para os destinos da região. O PS Madeira nunca teve esta consideração no eleitorado da Madeira para um assunto interno seu. Ontem foi um marco, uma mudança de paradigma, a materialização do que muitos inquinavam para não acontecer. Foi ultrapassado o ambiente mais adverso para chegar a uma solução credível em 2019. A vitória de Emanuel Câmara e o que simboliza, obriga a reavaliação da estratégia por parte de alguns partidos pequenos, aqueles que com ódio visceral a Cafôfo fazem fretes ao PSD Madeira. Ou mudam, ou uma nova onda os vai banir da ALR. Carlos Pereira foi digno e colocou-se à disposição, abriu portas a uma união que os seus simpatizantes deverão acatar porque o futuro será melhor juntos. Carlos Pereira tornou-se secretariável e seus conhecimentos bem falta fazem à região. A maioria eleitorado, por seu lado, estava convicto e queria a confirmação, obteve-a.

No seio daqueles que não têm argumentos e que passaram semanas a urdir um saco de pulgas no PS Madeira, aquela eleição era fundamental para presumir um adversário mais fácil em 2019. Tudo correu mal, como tem falhado frequentemente neste renovado PSD Madeira tão imbecil quanto o de Passos Coelho a gerir a estratégia política, os argumentos e os candidatos. É impressionante como acreditam que um autocopiativo da mesma experiência nacional vai produzir um resultado diferente na região. O PSD nacional agoniou até à catástrofe, o PSD da Madeira vai a caminho, mesmo com a renovação da renovação que trouxe um novo messias que, dia-a-dia, se consagra como um flop. O PSD Madeira só desistirá desta fórmula, da qual é prisioneiro, quando perder. Os políticos eleitos não mandam, estamos num regime corporativista onde os empresários pagam dívidas ou compensações a políticos para serem depois compensados com um compromisso de facturação ou exploração. O eleitorado está atento, o PSD não marca pontos na governação, as contas estão a derrapar, as obras não vão surgir a tempo nem vão surtir o efeito antigo porque o povo desconfia já de jantares à borla e de obras que depois lhes mingam o ordenado. Este PSD Madeira não tem quadros credíveis para 2019. Esta Renovação, se repete a dose, terá derrota copiosa mas, como mudar se cada vez mais entram inúteis no seu aparelho? O PSD Madeira está em nó cego.

Ontem o eleitorado presumiu que em 2019 terá finalmente um candidato para não votar ao estilo da célebre ordem de Cunhal que mandou tapar a vista para votar Soares. O PSD Madeira, perdeu a última oportunidade de se redimir em 2015, ainda não percebeu as autárquicas, freguesia a freguesia, concelho a concelho, mostraram que onde surge uma solução credível à substituição do PSD Madeira, este partido não ganha. As regionais e as autárquicas são diferentes mas assim que a oposição tenha um líder credível ... ardeu. Há muito tempo que o povo deseja alternância. Só um milagre vai salvar o PSD Madeira e o tempo que medeia até às eleições será um calvário. Não é por acaso que Cafôfo se mantém independente. Cafôfo tem um aliado como líder do PS mas sabe que tem uma manta curta para cobrir as necessidades da governação regional e precisa dos social democratas para ganhar 2019. Na fase dois, Cafôfo vai conquistar quadros de qualidade que foram marginalizados pelo PSD Madeira na sua estratégia de baixar o nível para obter fidelidade agradecida por um tachinho

Recortes de imprensa do Diário de Notícias do Funchal 20-01-2018: