A Renovação vive de soberba e parece que enquanto não cair na oposição não despertam. Reparem nisto, até mesmo vidas errantes são de sucesso nas elites da Renovação, não sentem a vida real, naquelas cabeça avançará, mais cedo ou mais tarde, como de costume, uma "cunha" que resolve tudo e eles adaptam-se, porque sendo elite têm lugar garantido. Tem é que aparecer a "cunha". Entenda-se "cunha" como messias, Calado ... já fostes, seria pior resultado do que este, ainda estudo de opinião, do Albuquerque. Depois da razia provocada pela Renovação escangalhou-se a máquina e matou-se nomes. Da Renovação ninguém é credível e dos antigos existe o temor da permanência dos empresários sangue-sugas, o sistema.
Pode este governo cair? Não acredito muito, dependendo só da maioria absoluta do PSD Madeira. Quem o fizer deve ponderar porque será o nome (na história) que enviará o PSD-M para a oposição, pelo menos, um mandato. Teoricamente, porque sardinha que o gato leva ... . Ao governo que venha a seguir basta ter por programa fazer o que o PSD-M não faz, trabalhar para o povo que elege. Melhorar a saúde retornando as despesas em obras, atenuar os efeitos dos monopólios que sufocam a iniciativa privada, retirar instituições e associações dos corporativismos, acabar com os exageros do sistema que manda nos decisores políticos, atender realmente à natureza e não prevaricar para depois remediar, não meter projectos e decisões à louca no terreno por necessidade política ou de facturação do sistema, etc. Há muita situação de pura gestão que não implica dinheiro e que faz toda a diferença.
O que se está a passar? Porque este alvoroço quando falta mais de um ano para as eleições? Simples, de novo a soberba, o PSD-M sempre acredita que o PS-M arruína-se por si próprio, pelos seus mandaretes socialistas ou pela natureza de casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão, sítio onde basta uma migalha para acicatar os egos. Ora, desta vez não sucedeu, e o "careca" a quem tanta terra despejam é na verdade o adversário que não desejam. Tudo era para ser aniquilado, até com a ajuda de elementos da oposição que fazem de charneira ao ruído à volta de Cafôfo. Gente que recebeu benesses do PSD-M e que prefere este a ganhar porque toleram mais do que ver alguém da oposição com sucesso. Há muita oposição que vive do estatuto do PSD-M, gostam, permite-lhes ser oposição sem trabalho, por isso temos uma Assembleia Regional que não fiscaliza verdadeiramente e que atingiu o mais baixo nível de sempre. Coisa incrível mas, os deputados do PSD-M foram escolhidos assim para essa função, não fazer nada para o GR "gerir" a bel prazer.
Estamos nesta aflição do PSD-M que contagia quem dele depende e o alcance é mais além do que imagina, fruto de décadas de poder. Esta efervescência é sintoma de que o fenómeno Cafôfo está fora do controle do PSD-M. É fruto da troca dos timings, repare que entrou Pedro Calado para tentar remediar mas o Governo está atolado, a receita fiscal desce, os bancos não aprovam empréstimos e já vamos no BEI, as contas derrapam, os políticos do PSD-M querem obras para alimentar a velha fórmula mas precisam de perspectivas de como pagar e não têm. Com o tempo a se consumir desta forma, sem financiamento, as obras acabarão por não dar resultado porque não estarão prontas para inaugurar nas eleições ... se não houver um "trumpeção" na maioria absoluta. Há muito atrito no PSD-M que não é de se fiar, se alguém deixar cair terá "duas bolinhas" do tamanho de abóboras, porque das hipóteses, todos têm "bolinhas". Prevê-se a entrada de rompante da velha guarda que já abalroou este governo, ainda para mais que este estudo de opinião é seco, ou seja, parece que vai haver mais comparações entre os actores políticos, o que pode ferir cada vez mais um PSD-M moribundo.
Nada há de mais ruidoso - e que mais vivamente se saracoteie com um brilho de lantejoulas - do que a política.