No passado dia 12 de Março, Miguel Albuquerque falava em marionetas do poder central referindo-se à oposição num encontro com militantes do PSD em Machico. No que toca a marionetas, Miguel Albuquerque fala por experiência e o assunto assenta que nem uma luva quando falamos da APRAM - Administração dos Portos da Região Autónoma da Madeira, adenda bem remunerada do Governo Regional e verdadeira extensão de um lobby que tem prejudicado a Madeira.
Acedendo ao site da APRAM verificamos que tem por missão "administrar as infraestruturas portuárias, de modo a assegurar o acesso e a circulação de pessoas e bens por via marítima, com qualidade, eficácia e eficiência económica e operacional, contribuindo para o desenvolvimento sustentável da Região Autónoma da Madeira". É precisamente neste último ponto que o caldo entorna enquanto estivemos em ridículo crescendo.
O povo desde há muito que tem conhecimento que a APRAM é controlada pelo grupo económico que monopoliza os portos da Madeira, com a total conivência do Governo Regional (por incompetência ou por interesse). Esse controle, do tipo marioneta como Albuquerque fala, tem na APRAM um exemplo onde a imposição de interesses privados atinge frequentemente níveis de pouca vergonha que só na Madeira é possível. Foi permitido entregar bens públicos a privados sem qualquer retorno para os contribuintes, um dos exemplos do que todas as semanas acontece, foi relatado pelo CM no passado dia 7.
Vamos a outros factos!
Caniçal, movimento de cargueiros a 4 Dez 2017 (ampliar) |
O cargueiro PASSAT acabado de atracar pelas 23:15 (14-03-2018) |
A APRAM tem um historial de funcionários com fracos conhecimentos em matemática e de mentira com perna curta. Está a suceder no Caniçal o mesmo que já sucedeu no Porto do Funchal com navios de cruzeiro quando foi negada a atracagem a um paquete para não incomodar o Lobo Marinho do Grupo Sousa. Ao que parece, aquele que provou caber mais navios já foi despachado da APRAM, um "insubmisso incompetente" observado pelo tachismo fretista que colhe benefícios do Grupo Sousa.
Mas, mesmo com fracos conhecimentos em matemática, a APRAM já soube fazer contas em tempos no Caniçal, tem dias conforme a vontade, a Lua mas sobretudo 3 navios do monopólio. A prova disso é que no passado dia 4 de Dezembro de 2017, no cais norte do Porto do Caniçal (o mais funcional) conseguiram atracar 3 navios com comprimento total de 355 metros (Funchalense 5, Max Stability e Maris) com os respectivos espaços entre eles. A 14 de Março de 2018 já não é possível atracar dois navios com comprimento total de 261 metros (Funchalense 5 e Passat) porque o canto ideal está guardado para o monopólio.
Cais Norte
Cais Norte Contentores, asfalto, cereal e cimento
Comprimento 420,0 mts/ cais acostável 380 mts
cota ZH - 8,0 mts
Grupo Sousa
Funchalense 5: Tonelagem Bruta 7532t; Porte Bruto: 8279t; Comprimento de fora a fora (LOA) x Largura: 126.78m × 20.49m
Max Stability: Tonelagem Bruta 7532t; Porte Bruto: 8723t; Comprimento de fora a fora (LOA) x Largura: 126.87m × 20.46m
Maris: Tonelagem Bruta 3999; Porte Bruto 5325 t; Comprimento de fora a fora (LOA) x Largura 101.13m × 18.4m
Transinsular (concorrência ao Grupo Sousa)
Passat: Tonelagem Bruta 9990; Porte Bruto 11209t; Comprimento de fora a fora (LOA) x Largura 134.4m × 23.5m
A APRAM, ao destinar as atracagens desta forma, está deliberadamente a prejudicar a concorrência do monopólio no transporte de carga contentorizada para Madeira. Faz de forma consciente e com total subjugação às instruções dos privados do grupo monopolista que querem eliminar através da saturação os armadores concorrentes.
Esta guerra desleal do Grupo Sousa via APRAM aos concorrentes é conhecida por todos os madeirenses e tem um custo, o mau nome da Madeira patente nas questões do ferry. A situação aqui relatada é o mesmo num caso menos popular. Foi este comportamento que mandou embora o ARMAS, pergunta-se que idoneidade tem este governo para o Concurso do Ferry Madeira - Continente se por toda a Europa se conhece, entre os armadores, este monopólio suicida? Esperavam concorrentes? É que já não é um debate sobre um ferry a tirar serviço por preço competitivo à solução dos contentores, mesmo entre concorrentes de concorrentes dos contentores o jogo é sujo e se afastarem mais um armador, definitivamente a Madeira estará entregue a um pato bravo. Este "jogo" é perigoso, quando a Madeira precisar não terá solidariedade, tal como no ferry, ninguém lhe liga ou dá crédito porque o Governo da Madeira tem fama de promiscuidade e subjugação.
Mas isto não se fica por aqui, também é sabido que o monopólio quer escravizar a estiva com contratos de 11 turnos que equivalem a cerca de 561,04€ e não ao mês completo, sem condições de trabalho, algumas arriscadas, como se vê pela foto no cais sul, mais estreito para onde o PASSAT é enviado, limitado em manobras e que apenas suporta uma grua de levantamento vertical. Tudo a bem de um lucro fácil, de custos ridículos, sem responsabilidade, suportada pelo governo, atrofiada pela justiça e "cegada" pela comunicação social já conivente.
Esta guerra desleal do Grupo Sousa via APRAM aos concorrentes é conhecida por todos os madeirenses e tem um custo, o mau nome da Madeira patente nas questões do ferry. A situação aqui relatada é o mesmo num caso menos popular. Foi este comportamento que mandou embora o ARMAS, pergunta-se que idoneidade tem este governo para o Concurso do Ferry Madeira - Continente se por toda a Europa se conhece, entre os armadores, este monopólio suicida? Esperavam concorrentes? É que já não é um debate sobre um ferry a tirar serviço por preço competitivo à solução dos contentores, mesmo entre concorrentes de concorrentes dos contentores o jogo é sujo e se afastarem mais um armador, definitivamente a Madeira estará entregue a um pato bravo. Este "jogo" é perigoso, quando a Madeira precisar não terá solidariedade, tal como no ferry, ninguém lhe liga ou dá crédito porque o Governo da Madeira tem fama de promiscuidade e subjugação.
Mas isto não se fica por aqui, também é sabido que o monopólio quer escravizar a estiva com contratos de 11 turnos que equivalem a cerca de 561,04€ e não ao mês completo, sem condições de trabalho, algumas arriscadas, como se vê pela foto no cais sul, mais estreito para onde o PASSAT é enviado, limitado em manobras e que apenas suporta uma grua de levantamento vertical. Tudo a bem de um lucro fácil, de custos ridículos, sem responsabilidade, suportada pelo governo, atrofiada pela justiça e "cegada" pela comunicação social já conivente.
Condições de manobra no Cais Sul. |
A Madeira é cada vez mais ilha porque ninguém de fora atura a estratégia do inimigo externo, a culpa de terceiros, a perseguição ao investimento que não seja do grupo de privilegiados do sistema do PSD regional. Os ricos da Madeira Nova, danificado o ambiente com betão e destruída a economia sugada até mais não poder, partirão para qualquer lugar aprazível que queiram comprar ... sempre em nome da Madeira.
Porto do Caniçal às 9:15 de 15-03-2018, um porto de exclusivos do monopólio (actualização 10:04):