Enviado por Denúncia Anónima
Sábado, 31 de Março de 2018 16:28
Autor: João Cortês
Titulo e imagem adicionadas pelo CM.
Texto:
Era 28 de agosto de 2017 e estávamos a pouco mais de um mês das eleições que íriam ditar o futuro político de Paulo Cafôfo, e mais tarde, da história do PS-Madeira e da Região Autónoma. Na sede de campanha da Coligação “Confiança”, Cafôfo anunciava em alto e bom som que iria “atribuir uma bolsa equivalente ao valor da propina anual paga pelos estudantes - entre 800 e 1000 euros - abrangendo os alunos do ciclo de licenciatura”.
Todos sabemos como esta história acaba, a coligação que antes era “Mudança”, conquista a “confiança” dos funchalenses e vence a autarquia com 23.577 votos.
Cinco meses passaram e durante este período foram feitos inúmeros anúncios pelo vereador João Pedro Vieira e pelo próprio edil, contudo, a promessa continuou sem efeito prático.
Em janeiro deste ano, o deputado municipal do PSD, Bruno Melim, alertou (e bem) para o facto da inscrição de 400 mil euros no orçamento de 2018 não chegar para pagar as propinas de 10% dos estudantes universitários da cidade do Funchal, defendendo que são necessários 5 milhões. Chegamos a finais de março e o deputado continua sem estar esclarecido mas, acima de tudo, continuam todos os funchalenses que depositaram o seu voto nesta coligação.
Espero estar enganado e que esta medida seja efetivamente cumprida. Não obstante, não consigo deixar de ter a leve sensação de que esta é mais uma das muitas promessas populistas da geringonça madeirense que ficam pelo caminho
Mas desenganem-se aqueles que acham que esta política é exclusiva do nosso professor. Vivemos a era do populismo, da conquista de votos fáceis e caminhamos a passos largos para uma democracia frágil, assente em posts no facebook e frases de propaganda.
Se na Venezuela existia o Chávez, nos EUA existe Trump, no Brasil Bolsonaro, na Madeira temos Cafôfo e Albuquerque. Os ideais e as propostas podem ser distintos, mas a fragilidade dos seus discursos e a linha orientadora é muito semelhante.
Vive-se uma crise ideológica profunda e, contrariamente ao que estes “políticos” julgam, estas medidas apenas contribuem para o afastamento da população, especialmente quando não passam de promessas.
Sem mais nada a acresentar.
João Cortês