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| Créditos da foto: JJCM |
Durante as últimas semanas o CM tem vindo a relatar situações graves que ocorrem no porto de contentores do Caniçal onde a Administração de Portos da Madeira intencionalmente prejudica um operador em benefício de outro. Foi noticia no dia 7 de Março e voltou a ser no dia 14 de Março.
Hoje, dia 21 de Março, a APRAM conseguiu finalmente levar avante aquela que é a sua mais destacada qualidade e onde já tem um curriculum invejável: eliminar qualquer concorrência nos portos da Madeira ao Grupo Sousa! Não é para este objectivo que a administração é investida de poderes em lugares bem pagos, por exemplo, a Presidente chega aos 6.000€ de vencimento.
Hoje é a última viagem do navio porta contentores "Passat" da operadora Transinsular na linha da Madeira. Depois de constantes impedimentos pela administração dos Portos da Madeira à operação, o operador concluiu que não é viável apostar nesta linha com equipamentos recentes, com mais capacidade e velocidades superiores, devido aos impedimentos, contratempos e dificuldades criadas à sua operacionalidade
Hoje, mais uma vez mas pela última, o navio Passat foi posicionado no cais sul do Caniçal (com todas as limitações que daí advêm), mesmo com o cais norte vazio de porta contentores mas ocupado por areeira, a Anjos, a fazer o papel de lugar reservado (conforme nosso cartoon de hoje do "borquilha").
Quem ganha com isto? O Arquipélago do Açores. O navio será posicionado naquela linha e para a Madeira virá já na segunda feira o navio Monte da Guia, mais pequeno e menos rápido para se adequar às condições oferecidas pela APRAM. Esta é a última solução, os leitores subentendam o restante ...
Quem perde com isto? Novamente os Madeirenses. Temos uma empresa pública gerida pelo Governo Regional da Madeira, com administração tacitamente escolhida pelo próprio, que constantemente cria obstáculos a qualquer operador que se atreva a contribuir para um mercado verdadeiramente concorrencial.
A Madeira é uma região com monopólio protegido pelo poder político. Pode ter piada para alguns, mas a curto prazo será catastrófico para o seu desenvolvimento como já estamos a ver. Empresas sérias não vêm buscar sarna no concurso do ferry, são apostas onerosas e sérias, não brincadeira de um governo de canalha. Esta é a verdade sobre o problema da Madeira, venham os políticos ou jornalistas afectos aos esquemas branquear que vierem.