As diabruras do tempo



Há coisas do arco da velha, a tal expressão de espanto que nos diz que neste caso, numa semana de promoção da Madeira na BTL, onde se seduz os visitantes com o melhor do que há para virem à Madeira, pelas TVs, já na própria BTL sintonizadas nos canais generalistas, só passavam um destino cada vez mais problemático tão só para aterrar.

Já deixou de ser um eventualidade esta coisa dos ventos no Aeroporto da Madeira, é mais regular do que a companhia de meia bandeira, de Verão e de Inverno. Se é grave ainda não haver um plano de contingência da região aplicado pela nossa Secretaria do Turismo, também é preciso dizer que a TAP agudiza a situação quando também não tem o seu plano de contingência e vai, na medida do possível, resolvendo a situação dos passageiros retidos com a programação normal de voos em vez de "atacar" o problema em pontes aéreas. Não é admissível se ouvir soluções de até uma semana ou mais, isto é terceiro-mundista. A TAP com certeza não faz isto aos seus passageiros nos Estados Unidos porque as regras funcionam em protecção aos passageiros e também porque se não aterra num aeroporto vai aterrar a outro muito próximo, uma realidade completamente diferente. Um avião nos EUA é um autocarro. Por cá, os passageiros vêem-se envolvidos numa inércia que os faz desistir por telefones que não atendem, filas que não se despacham, voos que não existem, enfim.

Chegou ao meu conhecimento que as equipas deslocadas para a promoção na BTL e respectivos jornalistas convidados, provaram o cancelamento de voos e a remarcação para 3, 4 e 5 dias depois da data prevista para o seu voo inicial, contando que o tempo se normaliza, caso contrário a bola de neve prossegue. Não desejando mal, é bom que gente que governa e que transmite a informação provem o que muitos sofrem na pele deitados pelo chão do aeroporto, para entenderem perfeitamente quão importante é a celeridade dos planos de contingência para que os passageiros se sintam com atenção apesar das condicionantes do tempo. A TAP, por ser de carreira regular deveria ter, volto a repetir, o seu plano de contingência com aviões maiores para solucionar em tempo útil os passageiros atascados.

É sabido que as situações para se resolverem é com equipas pequenas de gente que sabe o que faz e tecnicamente qualificada, não no entretenimento das comissões da Assembleia Regional e na satisfação de egos da Secretária do Turismo.

Vamos perder companhias aéreas antes da retracção dos passageiros pelo destino, com o passa palavra da frequência do vento que torna o aeroporto inoperacional e das despesas que isso acarreta. As mais persistentes vão aumentar os preços, Depois, tal como vemos a proliferação de vídeos de aterragens espantosas na Madeira, começaremos a ter relatos da falta de bom trato e de aterragens traumáticas no Funchal.

Basta um frade ruim para dar que falar a um convento."