Enviado por Denúncia Anónima
Sábado, 31 de Março de 2018 00:23
Autor: pediu anonimato
Título: titulado e ilustrado pelo CM para fins de publicação
Texto:
Chegou a época da Páscoa e milhares de finalistas do secundário de todo o país partem rumo à terra de nuestros hermanos para uma semana longe do drama dos exames. Mas, contrariante aos coleguinhas de Faro e de Castelo Branco, os madeirenses, além do valor exacerbado de 400 e tal euros que pagam pelo transporte e estadia, ainda têm de adiantar fortunas para receberem o reembolso dois meses depois. Como se isto não bastasse, os pais ainda têm de lidar com situações como a que tomei conhecimento na semana transata.Texto:
Ora, a Comissão de Finalistas da Francisco Franco, após a organização de inúmeros eventos de angariação de fundos desde o início do ano letivo, entregou a mísera e absurda quantia de 4 euros a cada aluno! Leu bem, 4!!!
A viagem tem um custo total de centenas de euros e o abate fornecido pela comissão desta instituição foi de 4 euros! (As más línguas dizem que o preço da deslocação à escola foi superior ao valor recebido). Já a comissão da concorrente Jaime Moniz disponibilizou 120 euros a cada estudante.
Como se tudo isto ainda não fosse suficiente, além desta esmola, a referida comissão forneceu a cada aluno uma carta (não assinada, diga-se), em que lamentava o sucedido e justificava-se com o facto de ter sido “enganada por empresários”.
Primeiramente, se realmente foram enganados, qual a posição do conselho executivo e porque não foi apresentada queixa nos locais apropriados? Face à obrigação legal de apresentarem as contas à direção e de a manterem informada durante todo o processo, como é que apenas agora se deram conta do sucedido e não conseguiram agir atempadamente? Será que foram mesmo enganados, ou é mais fácil atribuir as culpas a outros, do que realmente assumir as responsabilidades? (Resta ainda saber quem é que pagou a viagem para os senhores professores se divertirem em deslocação ao Sul do Espanha).
Mas para mim, este problema é muito mais profundo do que aparenta e é um retrato bruto e duro da situação política que vivemos nesta ilha. (Este pessoal vê política em todo lado, dizem vocês, mas já me vão dar razão).
Já há alguns anos que ilustres figuras políticas (especialmente do PSD) utilizam as comissões de finalistas das escolas desta ilha como meio de projeção política dos seus filhos e deles próprios, na maioria das vezes contra a vontade do progénito (Silvas, Melins, Pradas e afins). No caso desta comissão, o presidente é filho, nada mais, nada menos, do que de sua excelência, o antigo vice-presidente do governo regional. (Pelo que vejo o PSD-Madeira está cada vez à imagem de Albuquerque, o que manda é o sangue azul!).
Não quero culpabilizar o pobre miúdo, que provavelmente é a maior vítima deste jogo da política, mas a incompetência desta gente afetou o orçamento familiar de muitas famílias e esta brincadeira pode ter saído muito cara.
É disto que se tem de ter consciência!