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Quinta-feira, 19 de Abril de 2018 11:01
Quinta-feira, 19 de Abril de 2018 11:01
Texto e foto enviados pelo autor. Título do CM
A nossa cidade, fruto do desmesurado número de centros comerciais ao longo dos anos, que também fecha e abrem, do excesso de oferta para o número de pessoas e da falta de poder de compra, da complicação do trânsito com poucas alternativas, obras, a falta de estacionamentos e por norma muita deslocação pedonal para levar compras, votou o comércio tradicional a uma situação impossível de sair.
Os governantes e a ACIF fazem ou permitem asneiras e depois criam animações e eventozitos estéreis para disfarçar, nada de estruturante e disciplinador acontece. A concentração de todo tipo de vendas nos hipermercados ou nos centros comerciais mataram a nossa cidade. Foi uma modernidade que quiseram a todo custo como criança que quer fumar para parecer adulto. Por essa Europa há muitas cidades que souberam dosear e têm centros antigos fabulosos onde a vida e o comércio ajudam a fazer os prédios a resistir no tempo.
Quem tiver coragem, que saia do centrozito do Funchal e veja a quantidade de edifícios devolutos, fechados ou decadentes. Se cada madeirense fizesse uma apagão à sua mente e se tornasse turista por um dia, como que a ver tudo pela primeira vez, repararia como a par de uma cidade que tenta ser moderna e aprazível há outra que esconde muita tristeza.
Os governantes têm ainda culpa em mais uma situação, os negócios que promovem para os seus amigos, ou seja, se por um lado temos grandes superfícies a cativar pela comodidade e a concentração de vendas de tudo num só sítio, temos o Governo Regional a secar a iniciativa privada numa ilha pequena porque só adjudica aos amigos de sempre.
Eu não estou a ver esta ilha com uma dúzia de ricos do sistema a comprar ou a distribuir a riqueza. Temos que devolver o poder de compra à população para que todas essas formiguinhas activem verdadeiramente o comércio. A cidade não pode se fazer de grande e implementar soluções das grandes, porque depois não apresenta alternativas. É preciso permitir a circulação porque senão qualquer dia vão ter uma cidade pedonal que afugenta o comércio com o turismo a ver lojas fechadas e resumindo-se a um passeio central porque o resto é feio.
Não se embeveçam com lojas a abrir no eixo mais central da cidade, isso é lógico, olhem para tudo o resto que podia ter outros serviços mas que preferem ir para a periferia porque é melhor em tudo, no preço, no estacionamento, na comodidade e na facilidade de deslocação. Era isto que tinha para dizer e vem a propósito de notar mais degradação numa loja de referência. Se repararem, temos poucas lojas históricas, vai morrendo tudo e isso tem muito que se diga na história que se conta da cidade e da governação. Há demasiada gente a mandar que não tem experiência para perceber o mal que faz à cidade e à ilha, no Governo e na Câmara. O primeiro emprego foi a doce política.
Nota: a foto foi escolhida para não ser pessimista, sabemos todos que há pior.
Nota: a foto foi escolhida para não ser pessimista, sabemos todos que há pior.