O Pai da criança


Lá diz o povo que presunção e água benta, cada qual toma a que quer. Estou estupefacto com um artigo de opinião de Dirio Ramos no Diário sobre o novo Hospital e a sogra. Quanto à história da sogra, e com todo o respeito que ela merece, parece ser uma história de encantar, iguais a tantas outras, colocada apenas para dar graça a um texto egocêntrico e vaidoso.

Assumir a paternidade de um possível aborto é um risco, principalmente quando a mãe pode ser apelidada de prostituta, porque, segundo sabemos, o projeto do Hospital foi elaborado por uma equipa multidisciplinar, portanto, a criança, no mínimo, é bastarda de vários pais.

Mas Dirio não tem pejo nenhum em afirmar que o filho é dele e até puxa pelos galões afirmando que já anda nisto de projetos hospitalares desde 1975. Pelas nossas contas  são 43 anos a fazer projetos Hospitalares, mas ficamos foi sem saber quantos Hospitais projetou o Dirio Ramos enquanto era militante ativo do Partido Comunista Português.

A História já nos habituou a ver muita gente em bicos de pés a reivindicar a autoria disto e daquilo, e quando a coisa dá para o torto dizem que a culpa é do mexilhão. Aguardemos para ver.

Com tanto conhecimento esperemos que o projeto do novo Hospital corra bem, e que seja uma realidade, e que no fim, os madeirenses, sem distinção social, de credo ou de raça, consigam usufruir finalmente de um serviço minimamente digno e gratuito como defendia António Arnaut, esse sim, o pai do Serviço Nacional de Saúde.

Obrigado camarada Dirio, sem si o Hospital nunca seria uma realidade!
Cada um tem a sua vaidade, e a vaidade de cada um é o seu esquecimento de que há outros com alma igual.
Fernando Pessoa