Violência na escolas? A cúpula é do Cafofo


Os níveis de agressividade dos alunos não aumentou nos últimos anos. O que realmente existe é um conjunto de condições favoráveis para que a agressividade se expresse mais. 

Se realizarmos uma  observação do comportamento das crianças e jovens, no contexto atual das escolas, verificamos que diminuiu sim o poder de intervenção dos professores, isto com a pressão constante da Secretaria Regional de Educação para que se atinjam determinados valores no âmbito da violência em meio escolar, que na verdade são falsos. 

Não existindo queixas, nem registos de ocorrências de violência, os valores da agressividade em meio escolar diminui, naturalmente. 

Com a ditadura das classificações das escolas e dos resultados escolares, somado às exigências burocráticas da Secretaria da Educação, através de regulamentos internos e códigos de conduta que asfixiam o poder de atuação de qualquer professor, caso pretenda realizar uma acção disciplinar sobre um determinado aluno ou denunciar uma ocorrência. A grande facilidade com que a vida pessoal de professores e funcionários é exposta nas redes sociais, não encontra qualquer meio da Secretaria de Educação ou das direções das escolas que previnam, protejam ou castiguem as acções de bullying.

Os professores estão encurralados entre os pais, os alunos, os diretores, a inspeção da educação e a comunicação social controlada pela Secretaria de Educação. Utilizam a ameaça com as renovações de contratos, com a atribuição de horários que são um atentado a integridade emocional e aos direitos dos professores e ainda com a burocracia como arma que mata toda e qualquer vontade de atuar. 

Um coro de vozes irá proteger os interesses das crianças e jovens, sem que exista uma reflexão clara que é do interesse do professor ensinar e transformar conteúdos em conhecimento para que as crianças e jovens sejam melhores cidadãos ao longo da sua vida, sempre no interesse destas e do seu futuro. O "porreirismo" não acautela gerações vindouras respeitadoras e bem formadas.

Esta Secretaria Regional de Educação atua de forma perigosa, pois na ambição de ter os melhores indicadores, está a indicar a saída a excelentes professores que de forma silenciosa sofrem com a mordaça imposta.

A Direção Regional de Educação dinamiza projetos como o da Convivialidade que servem para ocupar destacados ou quem não quer ter turma e falsear a realidade da violência nas escolas. 

A ordem dos psicólogos, os sindicatos e as associações de professores que solicitem uma auditoria técnica rigorosa a este e outros projetos similares, como acontece na área da saúde ou da engenharia quando há gato por lebre e verifiquem da sua capacidade de transformar lobos em cordeiros. Por muita propaganda que se faça os lobos continuarão lobos mesmo que nos digam quem são cordeiros.

Só nos resta lutar nas eleições ou a resignação fingindo que não fomos ofendidos, agredidos e abusados. Deixar que o corpo  nos desfaleça, de forma solidária com a vontade de ser professor. 


“Os Homens não são maus por natureza;
atractivo interesse os falsifica,
A utilidade ao mal, e ao bem o instinto
Guia estes frágeis entes.”