As oficinas do Porto do Caniçal reclamam condições e dignidade


Há, sem dúvid,a um desvio mental nos administradores do grupo monopolista do portos que depois enferma o resto da estrutura como "modus operandi". O domínio nalguns média e as atitudes de charme enquanto mecenas são uma ínfima parte que não cobre o trato dado a funcionários e concorrentes, com muita avareza e fuga de responsabilidades nas condições de trabalho e no cumprimento das condições da concessão. No grupo monopolista importa ganhar dinheiro mas não respeitar nada nem ninguém, usando da força económica para deturpar e comprar. O objectivo é o lucro sob condições desmedidas e desumanas.

Na passada sexta-feira o CM relatou como o Porto do Caniçal anda pelas pontas , nesse dia, por duas horas, não havia equipamentos de elevação a funcionar, todos avariados, são propriedade do concessionário como manda o assinado. Estão neste estado, parados por avaria, porque esgotou-se a capacidade dos mecânicos, no local, em dar resposta sem investimento na manutenção ou peças de reposição. Mais uma classe laboral do Porto do Caniçal maltratada pelo monopólio depois de tantos outros. A APRAM vegeta, é conivente, tudo permite mas, um dia tudo isto vai lhes cair nas mãos.




















As fotos que publicamos dizem respeito às condições de trabalho dos heróis que conseguem colocar equipamentos a funcionar, observe-se as condições para dar resposta às contínuas avarias. Por elas avalie em que condições estão os equipamentos em uso. 

Como se não bastasse, e numa mistura de funções e empresas, os mecânicos da oficina ainda fazem uma perninha, enquanto escravos do monopólio, para substituir os estivadores por forma a que o patrão não pague as horas extras que lhes seriam devidas. É o momento para recordar o caso de tribunal onde o monopólio não quer contratos. só quer pagar as horas de trabalho.

É evidente que os funcionários da oficina ao fazer estiva executam tarefas para as quais não estão habilitados, até que um dia o azar bata à porta neste porto de improvisação. Aí o seguro irá descobrir muita coisa errada para não pagar e espero que não seja o funcionário azarado que se torne o bode expiatório (faz por pressão da entidade laboral para não perder o emprego) ou o esquecido com uma mazela. Não seria a primeira vez. As seguradoras fazem apólices para este estado de coisas?

A oficina é um telheiro de zinco à boa maneira do terceiro mundo, virado para o relento, com derrames de óleo (porque condições ambientais não são implementadas), risco da humidade trazer o azar para a porto quando entender de brincar com a electricidade, acesso livre aos bens, mal equipado, etc. Se a APRAM nada faz, a Polícia Marítima é outra manietada que também não se mexe nem faz avisos, não se mete com o monopólio furtando-se ao seu dever em várias áreas. Desde logo as ambientais.

Como se não bastassem todas as artimanhas para afastar a concorrência, também existe as facilidades dadas pelo concessionário às outras empresas do monopólio, toda uma cadeia de valor que factura, factura e factura a baixos custos de exploração sem condições. A imagem que se segue é uma zona de lavagem e reparação de contentores, um estaleiro dentro do porto, nova vantagem em relação aos outros armadores.



















A concessão do Porto do Caniçal é mais uma adenda do monopólio que não respeita funcionários. contratos, contribuintes, madeirenses, clientes, não respeita nada. Assim se faz fortuna para comprar mais Madeira, tudo o que a vista alcança, para ser cada vez mais o endinheirado que silencia e compra toda gente.
Os avarentos amealham como se fossem viver para sempre, os pródigos dissipam, como se fossem morrer."
Aristóteles