Na passada 6.ª feira, ficamos a saber que o Governo Regional da Madeira vai contratar um empréstimo obrigacionista no valor de 455 milhões de euros, destinado à amortização de empréstimos do próprio Governo Regional e das suas empresas públicas. Clique para ver JORAM.
O que significa isto?
Significa que vamos contrair empréstimo para pagar outros empréstimos. E para podermos safar-nos com as dívidas que temos nas costas, o Governo da República teve de dar o seu aval. Se não houvesse boa vontade de Lisboa entraríamos em incumprimento, ou seja, não tínhamos dinheiro para pagar o que devíamos.
Mas a nossa economia não estava a recuperar? E arrota-se anúncios de obras? Vão pagar com quê? Cascas de lapas?
Qualquer dia levamos com mais um plano de austeridade com sobretaxas nos ordenados dos funcionários públicos e cortes salariais para pagar as incompetências desta corja que não sabe governar e dos seus assessores que só pensam no seu ordenadinho, porque afinal ser um “yes, man” compensa.
O requinte desta manobra levou este Governo a anunciar através de Pedro Calado que a Madeira tinha a sua “credibilidade reforçada” nos mercados internacionais. Deixa-te de merdas ó Calado que a mim não me enganas.
A Moody’s manteve o rating da Madeira baixa e para contrariar este resultado, contrataste outra empresa, desta vez canadiana, só que especialista na análise de empresas. Gerir empresas é diferente de governar, caso ainda não te tenhas apercebido. O teu irmãozinho deu-te uma ajudinha, não foi?
Ó Calado, entre a DBRS e a Moody’s, a credibilidade da Moody’s é indiscutível, até porque depois de ter errado na antevisão da última crise financeira mundial e de ter feito uns “jeitinhos” na análise da Lehaman Brother, aprendeu a lição e passou a ser mais cautelosa nas avaliações que faz. A DBRS quer lançar-se na avaliação de países e, neste jogo, está mais vulnerável aos “jeitinhos”. A tabela de avaliação é diferente da Moody’s. E mesmo assim a DBRS classificou a Madeira dentro da categoria de lixo. E lixo é lixo! Continuamos no lixo!
Para quê foste gastar tanto dinheiro numa outra análise? Para poderem contrair o tal empréstimo de 455 milhões? Então ainda estamos mais mal do que podemos imaginar.
Não há dinheiro que chegue para se viver com uma certa decência numa cidade"
Florbela Espanca