APRAM proíbe divulgação de atentado ambiental.



Na sequência da notícia do CM de 13 Agosto sobre os frequentes atentados ambientais que tomam lugar no Porto Caniçal pelo operador OPM, onde os seus equipamentos por fraca manutenção regularmente enviam dezenas de litros de óleo hidráulico para o chão e consequentemente para o mar, a APRAM decidiu tomar uma posição, mas como seria previsível, a favor da empresa que detém o monopólio dos portos e à qual a APRAM constantemente dá provas de ser totalmente subserviente.

A protecção da OPM ganha agora um novo capítulo com as novas instruções por parte da administração da APRAM e da sua presidente Lígia Correia, a todos os colaboradores e subordinados, para que seja totalmente proibido a divulgação do estado do Porto do Caniçal e das suas operações para a opinião pública. 

Publicações ou partilhas de imagens e texto nas redes sociais pode dar lugar a processos disciplinares. É mesmo sugerido que apaguem as publicações ou partilhas já efectuadas. 

Uma administração da APRAM que não manda nada nos portos, quer mandar na vida privada dos colaboradores e acima de tudo esconder dos contribuintes madeirenses que lhe pagam o ordenado, o estado a que chegaram os Portos da Madeira

Esta nova lei da rolha tenta já minimizar mais um atentado ambiental onde uma das gruas devido a mais uma avaria libertou para o mar 400 litros de óleo hidráulico !

Mais uma vez as autoridades e entidades que deveriam fiscalizar a operação estão totalmente alheias a estes frequentes atentados ambientais, o que somado aos atentados laborais revelam o quanto este monopólio está a lesar a Madeira.

Relembre-se que ainda esta semana o SEAL (Sindicato dos Estivadores e da Actividade Logística) prolongou o pré aviso de greve para vários portos nacionais, entre os quais o do Caniçal precisamente devido ás manobras ilegais da OPM e empresas associadas que irá resultar na "abstenção de todo e qualquer trabalho, em qualquer porto, durante as primeiras 72 horas após a entrada na respectiva área de jurisdição portuária, de todo e qualquer navio que tenha operado no porto do Caniçal com recurso a qualquer mecânico, electricista ou qualquer outro trabalhador estranho à profissão, nomeadamente aqueles que trabalham para outras empresas ligadas aos sócios ou administradores da OPM ou da ETPRAM."

Todos já nos apercebemos do caos em que está a mobilidade na Madeira. 

Um aeroporto cada vez mais limitado e que continua sem um plano de contingência para os afectados pelos cancelamentos de voos, uma ligação marítima por ferry ao continente que apesar do sucesso que está demonstrar frequentemente é desvalorizada (seja pelo governo ou pelo operador que nunca a quis), e até no próprio porto de carga a situação está a chegar a um ponto insustentável ao nível laboral e de equipamentos.

Onde está o doa a quem doer? Ou será que só pode doer aos mesmos de sempre?