O misterioso desaparecimento do relógio da Sé


O desleixo e a responsabilidade da diocese do Funchal sobre a reparação do relógio da Sé Catedral, que pauta a vida dos funchalenses com os toques horários e a informação precisa das horas, está a tornar-se vergonhoso, as consecutivas avarias é sintoma do desleixo, da falta de amor pelo nosso património, que grassa nas instituições civis e religiosas.

Segundo reza a historia ...

Existem dois relógios mecânicos na torre que marcam o ritmo de vida dos cidadãos e da cidade. Antes destes existiram outros. O primeiro começou a trabalhar em 1776 e foi retirado em 1921, encontrando-se hoje na Biblioteca Municipal. O segundo relógio foi doado por um médico Inglês e começou a funcionar em 1922, mas só em 1923 é que se puderam ver as horas com os minutos. Até lá só havia um ponteiro a indicar as horas Em 1989, este relógio foi substituído por outro controlado por um sistema computorizado e pouco fiável.

A questão que se põe é que ninguém sabe o paradeiro do segundo relógio oferecido com os sinos por Michael Camport Grabham e seus filhos, em memória da sua esposa e duma filha já falecida, em 1922. O sino das horas veio do extinto convento de S. Francisco e data de 1739.

Este relógio da Sé Catedral do Funchal, foi oferecido por uma das figuras proeminentes dos expatriados britânicos na ilha, o dr. Grabham. Oficialmente oferecido à câmara em sessão em 1914, só chegou à Madeira em 1921, a bordo do vapor Walmer Castle, vindo directamente da Inglaterra. Foi benzido em 1922, tendo assistido à cerimónia o exilado imperador da Áustria, Carlos de Habsburgo.

A Mecânica desse relógio que pesava mais de UMA TONELADA EM LATÃO perdeu se o rasto, quando foi substituído em 1989 e que segundo os entendidos estava em boas condições.

O actual relógio da torre sineira que é uma "caixinha chinesa" comparada com o "Rolls-Royce" Inglês. Parece que o saque dos corsários continua nesta ilha ....