Enviado por chat do Facebook
Sábado, 6 de Abril de 2019 15:45
Texto, título e imagem enviados pelo autor: Flávio Sousa
Texto, título e imagem enviados pelo autor: Flávio Sousa
Os madeirenses são um caso sério de parcialidade moral. A nossa gente acha que a moralidade começa com os deveres com amigos, familiares e colegas e que mais do que isso não é necessário. Porém, um raciocínio moral destes é insuficiente. Para sermos realmente decentes devemos procurar ser imparciais, porque todas as pessoas merecem o mesmo respeito.
Alguns exemplos ajudam a compreender este problema da parcialidade moral. Uma pessoa que ofereça presentes caros aos familiares em vez de ajudar organizações humanitárias não é censurada, porque age corretamente com a família e é só isso que a moralidade exige dela. Também ninguém se escandaliza com o sindicalista que coloca os interesses da profissão à frente do bem comum, já que ele age por lealdade aos seus colegas.
A mentalidade dos empresários madeirenses é outro caso flagrante de parcialidade. Ao contrário do que acontece na maioria das economias de mercado, nos grandes grupos da nossa região fica tudo em família: a continuidade das direções familiares é um objetivo abertamente assumido pelas empresas, o mérito e a imparcialidade não contam.
O monopólio protegido da inspeção automóvel na Madeira demonstra bem este pensamento corporativo. A direção da empresa Madinsp tem passado de mãos como uma joia da família Henriques: primeiro António Silva Henriques e depois José Norberto da Silva Henriques e Gonçalo Bruno Pinto Henriques. Uma sucessão de poder que é ainda mais grave e ilegítima, se considerarmos o interesse público da inspeção automóvel.
A família política dos Henriques também tem agido com parcialidade. O governo regional presidido por Alberto João Jardim deu injustamente o negócio ao António Henriques e os tribunais portugueses ainda não conseguiram repor a legalidade. Mais recentemente, o presidente Miguel Albuquerque afirmou perante o parlamento regional que não tenciona cumprir estas decisões judiciais, um crime de desobediência qualificada que continua impune.