Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 21 de Maio de 2019 22:36
Texto e título do autor. Ilustração do CM.
Estamos entregues às bactérias e aos fungos que se multiplicam neste esgoto a céu aberto que é a política nacional, mas sobretudo a madeirense. Este caciquismo de longa data, que nos é tão característico (transversal a todo um país cuja classe política se encontra cada vez mais desacreditada) demonstra o despudor que esta gente apresenta na hora de se emaranhar no bafo desse inebriante titã que dá pelo nome de poder.
O usufruto que advém da manipulação do propósito, promovendo amigalhaços de longa data, cuja função é ver quem tem o latir mais audível, em laivos de desespero perante o facto de terem no desmame uma realidade próxima, é o mesmo que a padeira de Aljubarrota deu à pá para correr com os pestilentos castelhanos e proteger os seus pãezinhos. Só que aqui a pá estende-se da Quinta Vigia à Praça do Município, e os castelhanos cientes do perigo esquivam-se por entre a candura reluzente da dentadura do homem que tudo diz, mas que incrivelmente, ainda mais consegue contradizer, beneficiando de uma propaganda por parte do DN-Madeira, revelando a relação promiscua entre um partido e um órgão de comunicação social que se quer independente de qualquer tipo de poder dando o primado à imparcialidade; do outro lado, lá na panificadora, e em claro contraste com o melódico toque do piano que ecoa pela Quinta Vigia, ouve-se o estalar dos pães, que mesmo com uma nova fornada, esturricaram devido a 40 anos de uso, o que tornou o forno obsoleto.
Como proferiu Abraham Lincoln, mesmo com a presença de alguns defeitos inerentes ao Homem, proferiu em Gettysburg em 1863, o Estado é o governo do Povo, pelo Povo e para o Povo. Aqui, é o governo do polvo, pelo polvo e para o polvo, seja ele qual for. Uns bem agarrados à rocha, porém à vista de todos.
Os outros, camuflados na areia julgando-se predadores vorazes, tendo na incapacidade cognitiva dos peixes um dado adquirido, esperam que as moiras sejam bondosas para com eles, concedendo-lhes a fortuna de virem à tona após décadas no fundo do mar. A ascensão que começou em 2013, e foi corroborada em 2017, pode conhecer a superfície terrestre em 2019. E com isto, Neptuno, rei do Funchal e do Caniçal - peço perdão, dos mares - continua com o seu tridente a comer o polvo de escabeche e a imbuir o pãozinho queimado no molho, levando a que certos pãezinhos (sem sal, diga-se de passagem) fiquem embevecidos com a honra de servirem de aconchego estomacal.
P.S.: Se por acaso o CINM for alvo de uma investigação mais aprofundada por parte da comissão europeia, aqui gritar-se-á a plenos pulmões ''IN-IN-INVASÃO'', ao que nos responderão prontamente - de forma mais ponderada, com a sobriedade que se requer a membros dos órgãos representativos - ''E-E-EVASÃO'' Abraço numa perna, que nas duas vocês tropeçam ;)
Lusco Fusco