Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 13 de Julho de 2019 23:13
Pedido de leitor para recordar a entrevista da Alberto João Jardim à TSF em Fevereiro de 2019.
A entrevista integral pode ser vista aqui
Há duas eleições pelo caminho, europeias e regionais aqui na Madeira. Esses resultados podem também ajudar a consolidar a liderança de Rui Rio?
Podem. Mas, vamos lá ver, as eleições aqui na Madeira não vão ser fáceis por motivos em que eu não quero entrar por razões pessoais. Estamos a tempo de encontrar soluções, até porque as alternativas que se põem ao PSD são muito fraquinhas.
Paulo Cafôfo é um candidato fraco?
Muito fraco, muito fraco. É um bom autarca, mas não passa disso, não se lhe conhece qualquer pensamento sobre as questões vitais do país, não se sabe o que ele é ideologicamente. Não se sabe o que pensa da autonomia política, não se sabe o que pensa de questões fundamentais como o Estado central nos impor uma dívida que nós não temos de pagar; há aqui várias questões sobre as quais ele ainda não se pronunciou. Portanto, não se lhe conhece pensamento político. Para uma pessoa ser chefe de um governo, goste-se ou não se goste desse pensamento político, tem de se saber qual é ele.
A verdade é que, pela primeira vez, há uma sondagem que dá o PS à frente do PSD na Madeira.
Mas não é por causa da capacidade do Paulo Cafôfo.
Então é porquê?
Se se fizer uma lógica aristotélica, a razão é precisamente: premissa maior, premissa menor; é simples perceber porque é que se chega a essa conclusão.
É por demérito do atual presidente do Governo Regional?
Não sei, penso que sim.
Portanto acha que há, de facto, um risco de o PSD perder o poder na Madeira?
Há um risco se não se mudar a agulha, ainda falta um ano e meio, se não se mudar a agulha há o risco de perder. Se mudar a agulha, o PSD, mesmo com maus resultados nas autárquicas - repare que em termos de votos contados continua a ser o partido com mais votos aqui na Madeira -, não deve é perder a maioria absoluta.
Está desiludido com o trabalho de Miguel Albuquerque na Madeira?
Eu não estou desiludido nem estou satisfeito, estou, pura e simplesmente, fulo.
Fulo porquê?
Toda a gente percebe porque é que eu estou fulo.
Porque acha que ele não tem feito um trabalho à altura?
Estou fulo, estou irritado, estou zangado.
Mas o senhor está zangado com Miguel Albuquerque há alguns anos, não é de agora.
Não estou zangado pessoalmente com ele.
Politicamente...
Obviamente que eu faria uma política diferente da que ele está a fazer.
Ele agora até é acusado de ser jardinista.
Não diga isso, não diga isso.
A oposição disse isso no Parlamento Regional.
Eu lembro-me logo do Jô Soares que quando lhe diziam, "Sabe o que está a sucedendo aqui no Brasil? Isto e isto...", ele dizia do outro lado: "Não quer que eu volte, não quer que eu volte!"
Não vá por aí, porque quando era presidente do Governo regional disse várias vezes que ia deixar e recandidatou-se depois de ter dito que ia deixar...
Não tem nada a ver com o casamento, que eu não estava casado com o Governo. [Risos]
Não estou a falar do casamento, estou a falar da política. Em 1978, quando assumiu pela primeira vez a presidência do Governo Regional disse que a Madeira será o que os madeirenses quiserem. Esta minha pergunta tem a ver com isso. Se os madeirenses quisessem, o senhor admitia voltar à política ativa?
Não. Não, porque a vida deve ser feita de tempos. O meu tempo de governo passou. Eu intervenho, escrevo, ajudo no que for preciso, mas passou. É um tempo que lá foi, que me deixa boas recordações, penso que também não deixei más recordações, a não ser no Povo Unido que ainda andam histéricos e a descobrir quem é que ainda é jardinista e não é jardinista e tal... Adoro este termo "jardinista", enche-me o ego, mas eles andam na perseguição de quem é que ainda é jardinista e quem não o é.
Eu estou bem com a população. Eu fiquei pior com o partido do que fiquei com a população. Ando na rua e toda a gente me trata bem.
E pedem-lhe para voltar?
Pedem, mas o Alberto João até lhes dá uma repreensão porque essas coisas não se pedem nem se exigem.