Prometi a uma amiga comum não escrever mais sobre o Nuno Morna, mas como acho-o fofo e irresistível, e como as promessas leva-os o vento, aqui vai.
Sou iletrado por opção, e o último livro que li foi há mais de 40 anos, e se bem me lembro chamava-se qualquer coisa como “Os Maias”, e era chato como tudo. E como só gosto de Frank Zappa, além de iletrado sou apedeuta musical, e por isso salto sempre o parágrafo 1 e 2 das crónicas do Nuno Morna no Diário mas leio sempre o resto com o devido afinco, e sinceramente, gostei do que li na sua última crónica.
É um artigo essencialmente político onde o Nuno declara, por sua iniciativa, não ter intenções de fazer acordos políticos com nenhum partido. É de homem, estimei! Pelo menos sabemos para onde vai o nosso voto.
Para os que se lembram dos velhos tempos do PND, a campanha da Iniciativa Liberal é divertida e demonstra uma espontaneidade e inteligência política cada vez mais rara. O pequeno senão da campanha reside no facto de ser essencialmente dirigida para um mercado urbano, o que se aceita pela dimensão e pelos constrangimentos financeiros dos pequenos partidos.
E como o CDS já não conta, já todos percebemos que o eleitor de direita está encostado literalmente à parede porque votar PSD é engolir um sapo, e a alternativa que lhe resta, ou é abster-se, ou votar noutro partido.
Para quem não sabe, a Iniciativa Liberal é um Partido de Direita, situado à direita do CDS. Na verdade a Iniciativa Liberal, tal como o CHEGA, é para os Madeirenses uma alternativa real ao voto vendido no CDS.
Para terminar, gostei também da hombridade da iniciativa do Nuno Morna em suspender a sua crónica durante a campanha eleitoral. Só lhe ficou bem, e devia ser um exemplo a seguir por outros políticos.
"O segredo do demagogo é de se fazer passar por tão estúpido quanto a sua plateia, para que esta imagine ser tão esperta quanto ele"
Karl Kraus