Já vivi mais de meio século, e pensava que já tinha visto de tudo. Tenho orgulho nos meus pais que me ensinaram os valores duma sociedade justa, da igualdade e da fraternidade, valores que teimosamente se continua a confundir com comunismo, mas que significam apenas justiça e igualdade de oportunidade.
Acredito no livre empreendedorismo e no Capital, mas também acredito na necessidade de um Estado Social para proteger os mais frágeis, pois nem todos nascemos iguais, e nem todos temos as mesmas oportunidades na vida.
Também acredito na independência dos poderes, isto é, numa justiça soberana, e a minha filosofia de vida não me permite compreender, nem aceitar os extremos, isto é, nem a extrema-direita, nem a extrema-esquerda, porque considero que a virtude e o bom senso está no meio.
E por isso, foi com alguma estupefação e incredulidade que vi nas redes sociais uma foto viral de Miguel Albuquerque, acompanhado por um grupo de senhoras, curiosamente com um ar infeliz, empunhando uma tarja chamando de querido ao presidente do governo. Que coisa mais brega, foleira, e infeliz, digna sim do único país do mundo que não conhece a democracia, a Coreia do Norte.
Sinceramente, acho que o Miguel não tem culpa, culpa sim tem o energúmeno que teve a ideia da tarja, e aqui pergunta-se onde estão os consultores de imagem responsáveis pela imagem do candidato? Alguém no seu perfeito juízo, julgava que uma tarja daquelas não iria provocar polémica? Um líder não precisa de ser aclamado e bajulado para ser líder, e este escândalo, sim é um escândalo em qualquer democracia moderna, só demonstra que alguém não está a fazer bem o seu trabalho.
A tarja é nitidamente um atentado à inteligência dos madeirenses e julgamos que um esclarecimento ou um pedido de desculpa não ficava nada mal ao candidato.
Reconhecer um erro dá-nos a oportunidade de aprender com ele.
"O fanatismo é a única forma de força de vontade acessível aos fracos".
Friedrich Nietzsche