Bom dia caros conterrâneos. Há dias li um texto aqui no Correio a insinuar que as barracas não promovem “o desenvolvimento económico e social” nem “satisfazem as necessidades coletivas sociais”.
O comentador está completamente enganado quanto às barracas: elas promovem o desenvolvimento económico e social e satisfazem as necessidades coletivas sociais. Basta lembrar que quando Portugal entrou para CEE, Cavaco Silva costumava levar aos bairros de barracas os dignitários dos países visitantes.
Um dos problemas desta terra é que ninguém quer trabalhar quase de graça. Ainda por cima os desesperados que aparecem para trabalhar querem direitos. Informo o leitor que quem trabalha nas barracas sujeita-se a tudo: longas horas de trabalho em más condições higiénicas. Se protestar arrisca a não levar nenhum para casa, pois os pagamentos são só no fim. Por isso, uma vez que o desenvolvimento económico depende do trabalho, com barracas haverá mais trabalho!
Quanto à diminuição dos ordenados, menos dinheiro significa menos roupa. Menos roupa é mais sensualidade … que é o que a gente gosta! Especialmente se for barata!
Caso não saibam, o Turismo sexual está a aumentar, e em relação à Europa, temos uma posição geoestratégica muito melhor que a América do Sul e o Extremo Oriente que são os nossos competidores diretos… e sei isto sem ir ao curso intensivo de segurança e defesa (CISEDE) do Instituto de Defesa Nacional.
Mais barracas, mais turismo. Provo a minha teoria com as histórias ainda lembradas de nossos antepassados: mergulhavam para ir buscar uma moedinha, e com a expressão dos anos 80: “fazer uma stranger”.
As barracas promovem a Mobilidade: um dia estão, noutro ali, que é um dos problemas que mais aflige a população… mesmo da população que não tem dinheiro para comprar medicamentos, quanto mais passar as férias fora de casa.
Se os desempregados vivessem em barracas, poderiam facilmente ir trabalhar a terra em qualquer ponto da ilha consoante as safras. Bastava mudar a barraca de poiso. Mais gente a trabalhar terra, mais safra, maior desenvolvimento económico… e ainda por cima, deixava-se de ter que gastar dinheiro a ensinar às crianças biologia, história, cultura, e ambiente (que estão na moda); elas o passariam a conhecer por experiência direta e recebendo algum pilim. Isto sim, é eficiência e eficácia económica! Isto é DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO E SOCIAL e SATISFAÇÃO DAS NECESSIDADES COLETIVAS SOCIAIS. E se não acreditam em mim perguntem ao Atento II e ao Aberrações.
Outro dos temas económicos actuais é a versatilidade das organizações. Basicamente, versatilidade é velocidade de adaptação aos mercados e às técnicas; é polivalência. As barracas são versáteis: de madrugada podem vender pão, a meio da manhã roupa, ao almoço canja, a meio da tarde detergentes, e à noite poncha e vinho seco com dentinho de torresmos. Entre as 2 e as 6 da manhã podem servir como dormitório. Logo, as barracas promovem o desenvolvimento económico, percebes ó denunciante?
E, quanto às condições sanitárias, apresento como exemplo Roma Antiga que dominou o Mundo em que o sistema de drenagem de águas residuais era ao ar livre, e que até ao século XVI os povos europeus não tomavam banho. Como se pode ver, as condições sanitárias é uma falsa questão, promovida pelas empresas de cerâmica.
As barracas satisfazem as necessidades colectivas da população pois facilitam a evasão fiscal que só serve para enriquecer DDT’s, corruptos e tachistas.
As barracas como não cumprem com legislação nenhuma não têm que pagar a corruptos para operar. Assim diminui-se a corrupção.
O leitor já percebeu que as barracas têm condições para praticar preços inferiores aos dos estabelecimentos comerciais normais? Se o leitor viver numa barraca não tem que pagar impostos. É claro que isto “satisfaz as necessidades colectivas sociais”!
Para acabar, declaro o seguinte: tenho amigos que viveram na Venezuela. Eles disseram-me que a destruição económica e social desse grande país começou quando Chávez começou a destruir as barracas para dar casas à população.
Tenho o sonho da Madeira ser uma nova Venezuela, e não tenho qualquer dúvida que Albuquerque é o homem certo para concretizar esse sonho! A minha confiança é tal que a cada dia que passa vejo-o concretizar-se: uns quantos cada vez mais ricos, uma interpretação da lei favorável aos empresários que investem em relações cordiais com os aparelhos partidários, fazer mais com menos: menos voos mais turistas, …
Quanto a esses comunas que querem, para si, para os seus e para todos em geral, direitos, condições dignas de vida, higiene e segurança no trabalho, respeito, e que embora não sejam empresários nem corruptos querem ter uma vida desafogada… ou numa só expressão: “aqueles que querem mesmo viver” tenho a dizer:
“VÃO-SE EMBORA… E NÃO SE ESQUEÇAM DE LEVAR VOSSAS IDEIAS MARXISTAS! NINGUÉM VOS QUER AQUI, POR ISSO NINGUÉM VOS AJUDA! ESTA TERRA NÃO É ADEQUADA A VOCÊS! FAÇAM UM FAVOR A SI PRÓPRIOS E AOS OUTROS: MORRAM LONGE!”
Texto e título enviados pelo autor. Ilustrações CM.