Sempre se passaram coisas raras no nosso hospital Nélio Mendonça mas sabemos que os médicos são uma classe protegida, entre eles protegem-se porque hoje eu e amanhã tu, é o cultivo da irresponsabilidade tal como no Governo Regional, onde ninguém demite ou se demite por falhas e onde a Justiça raramente actua. A classe médica verga até o Governo Regional. Um coitado de um paciente, que tenha um azar com um médico e reclame, acaba quase sempre em nada e é preciso ter dinheiro para enfrentar na Justiça com o sindicato a defender. A Justiça é só para os ricos e não para valer numa condição de pobres e doentes.
Acho que o estado da nossa Saúde deve preocupar toda a gente, em especial a Pública, porque não tenham dúvidas que será a última esperança, para aqueles que não têm dinheiro para não padecer pelos timings absurdos de atendimento ou porque a clínica privada ultrapassou a sua capacidade.
Vivemos contrariados, muitas vezes irritados como somos tratados na doença mas na nossa fraqueza de cada momento calamos, para ver se não deterioramos mais a nossa situação e que no essencial nos atendam e resolvam. É nojento haver cunhas na Saúde, deveria ser um serviço em dia. É nojento que descontemos todos e haja gente que usa os conhecimentos, que passa à frente ou é melhor atendida. Os impostos pagos por alguns parece ser de melhor qualidade do que outros. Enojou-me uma situação relatada no CM há dias, a pessoa descreve com factos tudo o que tento aqui expor. (Link da publicação mencionada colocado pelo CM).
Daquilo que o utente percebe e que vai comentando, pelas listas de espera, este não entendimento na coligação no que respeita à Saúde, os diagnósticos errados, o permanente estado de sítio e as falhas médicas que atemorizam todos, a falta de equipamentos ou deles a funcionar, a falta de medicamentos, são factos a mais e permanentes. Também na Saúde, este Governo Regional ataca com muita publicidade, com fotografias queridas e sorridentes mas, depois em dias mais do que sucessivos ... contíguos, vão surgindo mortes de crianças, trocas de cadáveres, tudo isto são sintomas de um caos muito maior que, chegados à opinião pública quebra a última réstia de confiança. Mas, é bom que cheguem, a lei da rolha é que não.
Tenho um pai que se recusa a ir às urgências e este exemplo dentro de casa diz-me tudo. Tem mais medo de ir ao hospital do que da doença e era uma pessoa comum, apreensivo com as maleitas mas a confiar no sistema regional de Saúde.
Há muito para fazer e não é com cosméticas, é com governação.
Segunda-feira, 13 de Janeiro 2020 11:32
Texto, título e recorte enviados pelo autor. Video e link CM