Quando falamos de promiscuidade e corrupção os políticos são os primeiros a serem lembrados, são os ícones deste mal que instala as consequências na vida de muitas famílias, como um doença prolongada que vai matando, pouco a pouco. Contudo, serão os únicos promíscuos e corruptos? Será que os eleitores, cidadãos ou contribuintes são capazes de realizar uma auto-análise e reflectir sobre as atitudes que permitem ilegalidades no dia a dia?
A sociedade muitas vezes se indigna e se considera vítima mas, ignora a sua quanta parte da culpa. Não tem muitos meses, votamos para escolher quem Governa a RAM e em tão pouco tempo vimos tantos abusos, mentiras e prepotência, que o mandato anterior se parece ligado a este sem qualquer refrescamento de atitudes ou um estado de graça inicial com este Governo. Meus amigos, eles foram eleitos e a triste realidade é que muitos se venderam para que tal acontecesse. Numa sociedade corrompida, que se finge moralizadora e contra a corrupção, ninguém é inocente, os políticos são apenas um reflexo das pessoas que representam, conhecem as suas atitudes para cair em graça usando as suas fraquezas.
A corrupção é um dos piores males dos estados democráticos. As acções desviantes de conduta e carácter e uma ambição desmedida que gera desonestidade, é de há muito do foro da natureza humana. O homem tem um problema, não distingue o pessoal do comunitário, em sociedade vive em constantes dilemas nas escolhas e decisões que o fazem cair na tentação de se satisfazer primeiro. Assim, com vista grossa sobre regras morais e a lei, encontram forma e conduta para se tornarem ilegitimamente beneficiários de consciência tranquila. Esta fórmula, de se desculpabilizar, a par da impunidade por falta de funcionamento e separação de poderes, cria uma ideia de poderoso e inatingível.
Para deteriorar e finalmente vencer o círculo vicioso da corrupção, é exigida à sociedade uma auto-reflexão e, para muita pena minha, vejo que o Liceu Jaime Moniz, em vez de uma educação voltada para os valores, a ética, a moralidade e o conhecimento mas, sobretudo berço para uma vivência pautada por acções honestas, se dedica entronizar e a contentar políticos e empresários duvidosos que fazem mal à Região, repetidas vezes. O "sucesso" deles foi divulgado na escola como padrão a seguir. Assim, nem velhos nem novos ganharão consciência política que os faça compreender porque o combate à corrupção é necessária e uma responsabilidade de todos.
Se assim vamos no pilar da educação, parece por outro lado, que a Justiça funciona a soldo dos poderosos, ou seja, quem tem dinheiro USA a Justiça, os outros penam. A sociedade deve mudar mas a Justiça muito mais, para que todos a respeitem e não vejamos desfiles de delinquentes poderosos e inatingíveis.
Terça-feira, 14 de Janeiro 2020 23:55
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