Ontem apanhamos um susto com o sismo, foi um momento mais intenso para as pessoas do que propriamente na natureza, foi só um cheirinho de respeito mas, com força suficiente para fazer reflectir e não destruir nada. Naturalmente não desejo sismos mas já que veio este temos que usá-lo para instruir. A pessoas andam demasiado distraídas de tudo o que importa.
Os seres humanos tendem a ser donos do mundo, estão a destruir a diversidade de plantas e animais porque manda o vil dinheiro, o mau carácter e as necessidades humanas de subsistência. Tendemos sempre a achar de prevaricamos e a natureza adapta-se mas, cada vez com um cantinho mais pequeno.
A Madeira sofreu o 20 de Fevereiro e da experiência do que foi a força da natureza e um período extrema atenção das pessoas para os factos meteorológicos, começamos a cair num laxismo que advém dos alertas meteorológicos se revelarem sempre aquém das expectativas ou de acharmos que as chuvas serão cada vez menos. Não sabemos ao certo, até porque a dinâmica do planeta está a mudar os anti-ciclones que nos condicionam. Como já foi dito, estamos agora sobre maior influência do que se posiciona a norte de África. Mas não ficamos livres de chuva ...
Estamos numa ilha viciada em betão, porque algumas empresas de construção que se tornaram grandes e ricas com os dinheiros da União Europeia e da Região não perceberam que o seu tempo das vacas gordas acabou. Quando Albuquerque e colegas ganharam a Jardim, anunciava-se uma nova era de manutenção e não de prosseguimento da loucura de usar betão e alcatrão para enriquecer. O poder veio fraco e incompetente, nada se alterou, continuaram a cometer crimes que, para mim, se espelham na ribeira de Santa Luzia com aqueles inúteis e imensos travessões de betão. São um símbolo da loucura para que todos os dias, a maior parte da população concentrada na capital, veja. Não se pense que aprenderam alguma coisa. Se repararem, as obras estão a ser feitas em exagero no uso de betão e a maior tristeza é saber que são força bruta, estão mal concebidas e a sua grandeza é frágil. Os chamados gigantes com pés de barro. Só me lembro daquela pedra que perfurou o túnel na zona oeste e do falso túnel da Ribeira de João Gomes ... até hoje inacabado e perigoso ... e ontem houve um sismo.
Todos os dias vemos uma secretária na serra, ela acha que aquilo é o seu filão público de imagem. Se continuarmos a inventar onde descarregar milhões de metros cúbicos inúteis de betão a confinar a água numa estreiteza de pura ofensa à natureza, vai dar errado. Se continuarmos a apostar em betão e não a replantar urgente e ferozmente as nossas serras, porque leva tempo a crescer, é uma estratégia errada. É preciso equilíbrio na acção entre o fogo e a água, estamos, no meu entender, a pensar muito mais em fogo e a dar oportunidade à água de nos fazer sofrer. Se continuarmos com zonas corta fogo sem esse acompanhamento da reflorestação então poderemos ter um "20 de Fevereiro" muito pior porque as escorrências que levam inertes e entulho serão maiores, as faixas corta-fogo fornecerão canais para vazar mais para as ribeiras que estão confinadas, ao que o betão quis. Significa que teremos ainda mais água, inertes e entulho e todas as grandes protecções de que tanto se vangloriam parecerão brinquedos. Não apostaram no coberto vegetal que as chuvas e as alterações climáticas exigem também com urgência. Há trabalho mas, ridiculamente pouco, uma amostragem para a fotografia.
A água precisa de serenamente entrar na terra e ir para os lençóis freáticos e não correr aceleradamente nos caixões de betão em que se tornaram as ribeiras. A água correrá ainda mais furiosa e destrutiva, agora entrou na fórmula 1 pela acção idiota dos homens convencidos e gananciosos. Temos maus engenheiros e projectistas, ou então, a exemplo do hospital só estão no activo os idiotas que se socorreram da política.
Aquele célebre pilar da via rápida a oeste aguenta sismos? Vimos que as primeiras coisas a cair são pedras das escarpas com o sismo, a natureza deu uma dica, ficar no túnel no sismo pode dar encerramento do mesmo e o sufoco lá dentro.
Queria vos dizer muito mais mas depois fica longo e as pessoas não lêem. Peço a Deus que dê oportunidade a gente sã e competente para governar a Madeira, ela existe, algures entre os que sofrem ou se resignam e ainda os que parte porque não aturam esta terra de selvagens chegados ao poder.
Estamos a ser governados por ineptos gananciosos idiotas dos partidos e por elites estúpidas que zelam pela sua vida pessoal e não pela comunidade. Estão a matar toda a massa cinzenta que deveria estar ao serviço da região porque pensam num bom ordenado e não nos desígnios da região. Depois, usam o dinheiro e compram tudo ... até vir a natureza e levar todos, bons e maus.