Desmontando a Intolerância

Observatório da Comunicação Social
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Duarte Pedro Dias Gomes
NÃO HAVIA NECESSIDADE

No dia 30 de Março o conselho do governo aprovou estabelecer tolerância de ponto na Quinta-Feira Santa e no Sábado de Aleluia, nos serviços públicos, institutos públicos e empresas públicas sob a tutela do governo regional, atendendo ao significado da Semana Santa na tradição católica do Povo Madeirense».

Hoje na ALM discutiu-se de forma azeda a não tolerância de ponto por parte do GR na sexta-feira dia em que o Papa Francisco inicia a sua visita a Portugal por ocasião do 100º aniversário das aparições de Fátima. Na inauguração do lar do Hospício Miguel Albuquerque alegava ser este um território descontínuo e insular e por isso não se justificava a tolerância de ponto. Não vamos abordar aqui até que ponto as tolerâncias dadas e que só beneficiam parte da população e não a sua totalidade, neste caso só a função pública, devem ser concebidas assim. Foco-me só no tema em questão a de sexta feira a que fez azedar o diálogo na ALM entre o PSD e o CDS.

Em muitos comentários li que a tolerância de ponto ía servir para terem um fim de semana grande e não para irem ver o Papa nem lá nem muito menos na TV. E mais se comentava que quem quisesse poderia ver e acompanhar as cerimónias depois da hora de trabalho. Tudo isto e em parte é verdade. Mas então pergunto porque é que o mesmo governo dá tolerância de ponto na quinta-feira, justificando que atendendo ao significado da Semana Santa na tradição católica do Povo Madeirense», decidi dar a tal tolerância só para a função pública será que é só esta que é católica praticante.

Mas recordo ainda que o povo madeirense é católico na semana Santa no dia 12 e 13 de maio e todos os dias 12 e 13 até outubro.

Mas voltando atrás recorde-se que as cerimónias da quinta-feira Santa, são e como foram, pelas 18 horas na Sé. Ora quem quiser ir vai depois da hora de trabalho ou não será. As palavras do sr deputado Carlos Rodrigues na ALM e como escreve um jornal diário foram para acusar o CDS de ter “descido” a um nível impensável. “Uma vergonha”, afirmo o deputado do PSD que considera “uma fantochada” a tolerância de ponto, concedida pelo governo da República e por algumas câmaras.

O deputado ‘laranja’ lembrou as afirmações do bispo de Leiria, D. António Marto que, sobre a tolerância de ponto, disse que a questão “nem se colocava”, porque sendo o dia 12 uma sexta-feira, quem quisesse ir a Fátima ia depois do trabalho. Ora sr.deputado Carlos Rodrigues o mesmo se passará com a 5º feira Santa e com o sábado isto para não falar noutras ditas pontes ao longo do ano. Quem quer ir vai depois da hora de trabalho ou não seria assim, porque neste caso tratava-se todos os trabalhadores deste país por igual.

E mais no caso da quinta feira Santa onde as cerimónias só se realizaram, pelas 18 horas como já dissemos. Neste pressuposto, não será a tolerância para alguns senhores gozarem um fim de semana alargado, muito alargado, ou em muitos casos até uma semana de férias fora da Região, ou será por puro catolicismo, é que se é pelo catolicismo, desculpe que lhe diga, mas as Igrejas deveriam estar mais cheias e com maior participação de fieis. Sabe neste mundo existem coisas com as quais não devemos brincar e mesmo que fosse uma minoria de católicos que não é, somos um povo essencialmente católico, não é todos os dias nem todos os anos que temos um Papa em Fátima, nem todos os anos que se celebra o centenário das Aparições. Por mim como católico só sinto pena por tanta discussão em redor de um assunto que deveria reunir o consenso e não tornar isto uma discussão meramente política e ateia como já vi em muitos programas de televisão.

Mas posto isto e porque ultimamente tiros nos pés tem sido uma constante, só mais uma observação é que não podemos dizer e apregoar e exigir tanto a continuidade territorial e depois noutras situações dizermos que somos um território descontínuo. OU SOMOS OU NÃO SOMOS.