Quem costuma ler as crónicas dominicais do António Fontes sabe que ele escreve o que lhe dá na veneta, como quer, quando quer, e sobre quem quer, não olhando a meios para ofender ou denegrir qualquer pessoa ou facto que lhe provoque azia.
Nunca menosprezando a genialidade de muitos dos seus textos, que às vezes tem imensa piada, mas que noutras nem por isso, e que ultimamente têm pecado pelo exagero que, na maior parte das vezes, roça o execrável.
Nunca menosprezando a genialidade de muitos dos seus textos, que às vezes tem imensa piada, mas que noutras nem por isso, e que ultimamente têm pecado pelo exagero que, na maior parte das vezes, roça o execrável.
Aos olhos do leitor, a coragem com que escreve o que lhe vai na alma, faz dele um herói junto dos menos protegidos que se revêm na denúncia e no humor dos seus textos. E sem tirar qualidade nem mérito ao que escreve, o que se condena no cronista não são só apenas as intenções, mas sim os termos impróprios utilizados pelo autor, pois entre criticar e javardar deve existir um limite muito bem definido.
O problema é que hoje em dia não basta parecer sério, é preciso sê-lo, e a credibilidade ganha-se quando se é coerente com tudo o que se diz e se escreve ao longo da vida. Criticar insistentemente e sistematicamente sempre a mesma pessoa é uma faca de dois gumes, pois quem lê os textos poderá concluir, que por detrás das mais sérias intenções do autor, possam existir inimizades, ressabiamentos, ou ódios mal resolvidos, ou mesmo algo mais grave, como a paranoia ou a esquizofrenia.
Todos estamos cientes, que de génio e de louco, todos temos um pouco, por isso devemos dar o devido desconto às mentes perturbadas, vítimas de uma sociedade cada vez mais politizada, em que a ofensa, a calúnia, e a difamação tornaram-se banais.
E para concluir, e para que conste, estou convicto que o problema do cronista padece de acidez exagerada. Nada que uma dose diária de 20mg de Omeprazol, ou Genérico, não cure.
Para tornar a realidade suportável, todos temos de cultivar em nós certas pequenas loucuras. - Proust"