O metro e meio de gente


Cunha Vaz é um rapagão lindo de morrer com um metro e meio de altura. Estudou nos anos oitenta no Funchal, no Liceu Jaime Moniz, e era conhecido, em bom madeirense, como o cagão. Um cagão é um individuo egocêntrico que se evidência dos outros dizendo bem de si próprio. Segundo os colegas da juventude, o Vaz, como era conhecido, sempre foi um fala-barato com uma boa dialética e com argumentos capazes de vender gelo no pólo sul.

Se quem pensa que Cunha Vaz é um nome pomposo e de sangue azul engana-se. O Vaz provem de uma família normalíssima oriunda de África. O pai de raça negra casou com uma portuguesa branca e foi um dos muitos portugueses que saiu de África na década de setenta, ou seja, Cunha Vaz é um português como qualquer outro.

Depois do Liceu no Funchal, foi para Direito, e no meio da boémia conseguiu tirar o curso. Com uma reconhecida capacidade para encher chouriços passou pela RTP2, num programa que ninguém via, e depois, entre muitos outros projetos falhados, foi Diretor de Comunicação do Benfica, que refira-se, foi outro desastre!

Muita gente tem medo do Cunha Vaz porque ele faz-se mais do que realmente é. Inventa poder e conhecimentos onde eles não existem e utiliza isso como tráfego de influências. Em tempos idos criou uma empresa de Comunicação e, diz quem sabe, que a agenda telefónica dele é tão vasta que há quem diga que ele até conhece Bin Laden.

Entre alguns sucessos e muitas derrotas, a empresa de Cunha Vaz tem sobrevivido, e dos muitos projetos a que esteve ligado, como o do sucesso de Mário Soares, ressalva-se, pela negativa, o desastre da campanha de Carrilho em 2005, onde erradamente quis dar a imagem de Barbara Guimarães como primeira-dama. Uma foleirada imperdoável na campanha autárquica para Lisboa que Carilho perdeu e não lhe perdoou.

Sem o reconhecido dom da escrita, durante alguns meses escreveu umas balelas para o Diário de Notícias da Madeira sem qualquer interesse, e consequentemente sem qualquer sucesso.

Para quem não sabe, Cunha Vaz é o dono de uma agência de comunicação agora afeta ao PSD e foi, em tempos idos, apoiante de primeira linha de Cunha e Silva contra Albuquerque, quando este se candidatou à liderança do PSD-Madeira.
Cunha Vaz com o seu feitio intragável só tem acumulado desastres ultimamente. Vai daí, e vendo as coisas mal paradas no PSD, consulta a televisão de Pinto Balsemão para um show de vitimização de Albuquerque no programa da Cristina que, como se sabe, é o mais mediático da televisão portuguesa. O azar disto tudo é que nem o caralhinho de Albuquerque conseguiu mudar a opinião pública do eleitorado, e a ideia do Cunha Vaz de passar a imagem de um político simpático, doentinho, mas com uma família e vida estável caiu rotundamente no esquecimento.

Decididamente o marketing político do PSD-Madeira está a ser um desastre mas a matéria prima não ajuda e, a ideia de sucesso e do cumprimento de promessas não está a funcionar. Pura e simplesmente Cunha Vaz concentrou a sua estratégia no Funchal e esqueceu-se do resto da ilha onde o PSD pensa que já ganhou.

E para terminar, ninguém sabe quanto está a custar a campanha do PSD-Madeira, mas decididamente Albuquerque fez um mau negócio com a Cunha Vaz & Associados. Quem trocou uma máquina oleada e uma escola política de fazer inveja por todos estes trastes ... valha-me Deus! Cunha Vaz tem o tamanho de Marques Mendes mas se este último já não me cheira o primeiro tresanda.

Desta vez, Miguel, a culpa não vai ser do Cafôfo. "Vaz" te meter em alhadas, nem de "Cunha" te livras de algo histórico, porque perder 11% de eleitorado num mandato é memorável, sobretudo porque era para desinfestar dos males passados. Afinal refinaste tudo para pior e sucumbes de joelhos, vergado ao senhor de que dizias tanto mal. Só aguardo pela ironia do dia em que receberás elogios, desse tal, com a mesma quadrilha quem em 2015 para nada prestava. Cereja no topo do bolo, Cunha Vaz venderá isto tudo. Perder é catástrofe mas, ... quem te manda coleccionar nódoas. És cá um visionário ...


Os bons vi sempre passar no mundo graves tormentos; E para mais me espantar, os maus vi sempre nadar, em mar de contentamentos."
Luís Vaz de Camões

Vaz vindo de África, será que tamanho multicolor lagarto-agama ainda me é família?