Há burros úteis, carregam e limitam o número de pessoas.
Há outros que não, são desses que temos na Madeira.
Alguém, supostamente do continente, andou ontem no Correio da Madeira a bater no Congresso da APAVT. Não me tinha apercebido de como um "convívio" de Turismo descambou, com o amuanço do Secretário, quando alguém da área decidiu ter a coragem de dizer que as coisas não vão bem. Esta gente erra e só quer receber bajulação.
Nós temos hotéis a mais e turistas a menos; não temos nem plano de promoção nem de contingência; não temos gente capaz porque agora é só cunhas a amigos; estamos imobilizados com os outros destinos a resolverem os seus problemas; somos os únicos no país que não crescem e há companhias que desistem de nós e apostam mais em Faro. Lisboa e Porto. Estamos a mudar a natureza do nosso turismo por não saber dosear. Nunca fomos de massas e vivemos em qualidade, na construção, na dimensão, no turista. Julgo até que a falta de dinheiro nos ajudou a ser moderados e a não chegar às loucuras da costa espanhola continental mas, de repente, os Donos da Madeira, que enriqueceram por serem privilegiados do regime, manifestam-se como patos bravos dominando todos os organismos que devem impor regras. Foi assim de nasceu o Savoy, curiosamente, local do evento da APAVT e que receberá uma boa fatia dos 250.000 Euros de subsídio da APM. O que ganhamos na Madeira? Ganhou o Savoy. Sempre se tinha dito que se abriu um precedente e ele aí está a todos os níveis.
Continuamos a cair nos números. Nestas últimas semanas, depois das falências de companhias aéreas e de agências de viagens, vão ocorrendo desistências de voos desde alguns destinos, a diminuição de frequências noutros. Também se vê companhias aéreas que voam para cá a tirar voos da Madeira e a aparecer com novos destinos, a comprar aviões e nunca anunciam novas rotas para a Madeira. A TAP continua a não apostar em voos directos desde o Funchal para capitais europeias. Não se sente ninguém consciente disto, só se preocupam com o show off.
Hoje, pegando no JM, vejo que a loucura prossegue, a loucura construtiva, como que se não houvessem mais ideias de negócio. O que se passa? Não têm lata de dizer que não aos Donos da Madeira? No que é que isto vai acabar? A não dar para ninguém ou a Madeira vendida a saldo e cheia de turismo que não interessa?
Quando não variamos os investimentos é como uma família empregada na mesma empresa, afunda a empresa e a família cai por inteiro. É preciso diversificar.
Envio os PDFs das notícias que surgiram, peço que publiquem. Na Madeira não temos políticos para meter ordem e governar, temos um oligopólio de saque e destruição da Madeira. Infelizmente. "Desde que dê para mim, os outros que se lixem."
Quarta-feira, 20 de Novembro de 2019 07:07
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