Normalmente não gosto de textos
longos e chatos porque fazem-me lembrar os filmes de Ingmar Bergman, mas "Os novos modelos de governação" é um artigo de opinião que se lê muito bem até ao
fim. Lopes da Fonseca, entre muitas outras coisas, escreve muito bem, e o
artigo tem princípio meio e fim, coisa muito rara nos dias de hoje.
O autor começa por se referir modelos de governação do centro da Europa fazendo alusão ao modelo presidencialista francês, ao modelo de coligação
alemão, mas esqueceu-se de mencionar o português. Foi uma falha?
Prossigamos!
E logo abaixo, o autor já não se
esquece de referir o papel importante do seu partido, como oposição, nas últimas décadas
de parca democracia vivida na Madeira, mas depois perde-se um pouco em frases feitas
de propaganda populista dirigidas ao seu eleitorado. Não havia necessidade!
Mas o melhor estava para vir! Inacreditavelmente,
mais uns parágrafos à frente, Lopes da Fonseca já escrevia com a indubitável convicção
que o CDS será governo em 2019. O que é que a gente ainda não sabe?
Surpreendido (ou não) fiquei com a nítida
sensação de estar perante uma conversa de engate, daquelas que se fazem entre
dois dedos de conversa e o tilintar do gelo num copo de Gin Tónico, e que normalmente termina com a eterna pergunta: na tua casa ou na
minha?
E por fim, farto de pornografia, e sem perceber se o engate era louro ou moreno, voltei para a cama.