Olho nos supermercados


Solicito a V. Exas. caso tenha interesse a publicação do texto abaixo.

Sou uma dona de casa que gere uma casa com três crianças onde ambos os progenitores trabalham, um na Função Publica e outro no Privado. Os empregos são suficientes para viver, para comer, pagar o apartamento ao Banco e as despesas da água, luz, cabo TV e etc. Embora não faça férias há mais de três anos consideramo-nos um casal privilegiado, se compararmos com muitos outros que nem emprego têm ...

Sou o elemento do casal que gere a alimentação cá de casa, e faço-o sempre com muito cuidado, tendo sempre em consideração os filhos e uso sempre as promoções dos supermercados embora esteja cada vez mais convicta que é apenas uma questão de marketing. Recebo as promoções por email e por SMS, e tento utilizar todos os talões de desconto a que tenho direito, com o objetivo de poupar sempre mais algum.

Aqui na Madeira praticamente só temos duas hipóteses, ou o Pingo Doce ou o Continente, e a minha gestão vai ao cúmulo de comprar parcialmente num e noutro conforme os descontos.

De há uns meses para cá, comecei a verificar que as promoções e os preços dos dois supermercados começaram a estar concertados com a agravante das promoções em Portugal Continental não serem aplicadas à Madeira, o que origina algum sentimento de injustiça para nós ilhéus que já pagamos tudo mais caro.

Com o passar do tempo não foi difícil de perceber que existem fortes indícios de cartelização de preços dos dois supermercados na Madeira, o que viola o estipulado no Artigo 9.º “Acordos, práticas concertadas e decisões de associações de empresas” do Dec-Lei nº 19/2012 de 8 de maio.

Com tanta evidencia dei comigo a pensar onde estão os inspetores das Atividades Económicas para depois concluir que parece que já não existem, ou então andam no facebook.

Não ligo à política, e ao contrário do meu marido, até odeio a política, por ser do mais baixo que a sociedade construiu, mas sou uma mãe preocupada com o dia-a-dia e com o bem-estar dos meus filhos e considero que este governo, com tantas promoções de incompetentes e alterações de competências, destruiu completamente os serviços de fiscalização que existiam na função pública.

E como se isto tudo não bastasse, há uns dias atrás, a conselho de uma amiga fui a uma pequena mercearia nas Madalenas onde, surpreendentemente, encontrei frescos a preços muito abaixo dos tais grandes supermercados das promoções. Couve, cenoura, feijão-verde, e fruta diversa, tudo abaixo dos preços dos supermercados? Como é possível? Como é que uma grande superfície com grandes volumes de negócios tem preços acima de um pequeno empresário?

Sou defensora do mercado livre, mas alguma coisa está errada com esta política económica. Onde anda a defesa dos consumidores? Quem deste Governo protege os consumidores? Ou este Governo Regional protege apenas os empresários?

Enviado por Denúncia Anónima 
Terça-feira, 17 de Setembro de 2019 12:23
Texto, título e imagem enviados pelo autor.