A Quinta Magnólia vista por Raimundo Quintal


Peço que por favor repliquem estas observações do nosso Raimundo Quintal, acredito que não se vai aborrecer porque a informação é pública e é preciso informar as pessoas. Para obras há sempre dinheiro e este é um caso paradigmático que decifra tudo em relação às verdadeiras intenções em cada obra, facturar betão, o resto que se lixe. A "receita" é uma quinta com obras de betão feitas e inauguradas mas os jardins desprezados, tal como vai haver um hospital novo com a organização e faltas de material do antigo. Percebem? Será a quebra no turismo um acaso ou circunstâncias no negócio do transporte aéreo? Chega o Cristiano Ronaldo? Não teremos que voltar a ver a ilha dos jardins e das flores? Como estão eles? Como no Funchal à seca? 

Prefira o visionamento pelo Facebook de Raimundo Quintal e aceda às fotos:


Raimundo Quintal
QUINTA MAGNÓLIA, QUE DECEPÇÃO!

Hoje visitei pela primeira vez a Quinta Magnólia após a sua solene reabertura a 31 de Julho, na sequência dum longo e caro processo de requalificação paisagística e ambiental.

Percorri demoradamente todo o espaço e prestei uma especial atenção ao património botânico.

Para além de muitas espécies ainda não estarem identificadas, verifiquei, com preocupação, o mau estado sanitário e a triste imagem de imensas plantas.

No sector a norte da casa mãe, que está com belíssimo aspecto, localiza-se um monumental Enterolóbio ( Enterolobium cyclocarpum), vítima de podas incompetentes ao longo dos tempos e que tem um enorme ramo prestes a colapsar.

Quando por lá andei a fotografar os frutos, brincavam crianças por baixo do perigo iminente. Aconselhei os pais a sair dali.

Os muretes dos canteiros a sul desta árvore mantêm-se degradados. A recuperação não passou por ali, nem por muitos outros canteiros.

Talvez porque os campos de ténis e padel consumiram muito dinheiro, para a requalificação paisagística e ambiental sobrou pouco.

O roseiral é pequeníssimo, está mal cuidado e a planta que mais dá nas vistas nem é uma roseira. É um Girassol do México (Tithonia diversifolia).

E o circuito de manutenção? Que vergonha! O piso continua sem condições, muitas das árvores envolventes continuam cobertas de corriolas secas, não houve tempo para limpar o lixo na margem e no leito do Ribeiro Seco, por baixo da ponte predomina o agradável aroma do esgoto e na extremidade mais baixa continua o entulho em frente à porta teimosamente fechada para impedir o acesso ao litoral.

Para completar a miserável imagem do circuito de manutenção, as Tabaibeiras estão definhando com uma praga de cochonilha e os Aloés ou Foguetes de Natal (Aloe arborescens), que bordejam o trilho, estão a secar e não florescem devido ao violento ataque de tripes (Hercinothrips dimidiatus), insecto que chegou recentemente à Madeira.

Ao fim de três horas de observação atenta do património florístico, saí com muitas notas negativas no caderno de campo e um aperto no coração.

Senhor Presidente do Governo Regional, a Quinta Magnólia merece muito mais e melhor!