Os tempos foram correndo e o bispo inicialmente bem recebido e levado em ombros, qual messias senhor, demonstrou ser um papa a papa da Cerelac, que ia comendo o seu e o alheio e que nem o papa da papada, essa divindade que retornou dos Infernos, deu tréguas. Nunca mais foi o mesmo depois da queda do púlpito de onde se professa a palavra dos senhores dos lobbies, do que há mais sagrado na diocese.
Com a diocese amorfa, a larga maioria das paróquias ficaram sem festa e os fiéis sem fogo de estalo acham que o arraial vai fraco. Dentro das paróquias, desejosas por mais protagonismo, nascem as confrarias de devotos por qualquer coisa desde que seja justificação para se manter sem pecado para poder comungar. O ridículo é que a igreja nem dinheiro tem para as hóstias e muito menos para fazer cantar o cego à porta do templo, quando já se sabe que nem comida nem música rendem fieis como antigamente.
Assim vai a diocese, com beatas e beatos, padres e bispos, professando "faz o que te digo e não o que faço". Longe dos fiéis brigam como sete cães a um osso, cães sagrados certamente e o osso em aura feito hóstia. A diocese, desde ontem, está sem bispo porque faleceu politicamente e nem deixou descendência capaz. Os padres copularam tanto que ficaram sem paróquia. Os fiéis partem para outra. A diocese desaparece ao ritmo das capelinhas e paróquias frias e desertas, bem mais rápido do que a procissão que longe vai do adro. Dizem, pela extensão da mesma, que agora mesmo é só um sexto da diocese.
O Papa com voto de castidade dizem que vai limpar tudo mas nunca se sabe o que as saias do Vaticano escondem de sumo para um pontificado.
Segue, declamado e em canto, "A procissão" de António Lopes Ribeiro por João Villaret. Banir a mediocridade com cultura é um acto de violência não gratuita.
Segue, declamado e em canto, "A procissão" de António Lopes Ribeiro por João Villaret. Banir a mediocridade com cultura é um acto de violência não gratuita.