O título deste texto pode chocar os mais distraídos, por isso peço-lhes que, antes de qualquer conclusão prematura, que façam um esforço para ler até ao fim.
É muito fácil escrever textos bonitinhos e politicamente corretos, sobre a pobreza, sobre a igualdade de género, ou ainda sobre o direito dos animais abandonados, mas difícil e perigoso será escrever sobre algo que nenhum político ousa falar ou escrever, ou seja, a xenofobia do Madeirense.
E o que provoca a xenofobia? Será tudo mesmo xenofobia no sentido lato? Será que não existem outras razões?
Quando Miguel Albuquerque chamou ignorantes aos Madeirenses por causa dos refugiados Sírios, devia ter percebido que essa reação não era por xenofobia mas sim por medo conotado ao terrorismo. Quem garantia ao povo atolado pelo horror do terrorismo que junto com os pobres refugiados não vinha um terrorista cheio de bombas? O medo de morrer é lixado!
Sem dúvida que a xenofobia é um problema global causado por condições sociais e económicas. Se bem se lembram, o candidato do PSD à Autarquia de Loures, André Ventura, chocou o País quando afirmou "Os ciganos vivem quase exclusivamente de subsídios do Estado", o que lhe valeu a retirada imediata de confiança política de Passos Coelho, que se calhar pensava da mesma maneira, mas não tinha tomates para dize-lo em público. E o que se lixem as eleições Passos?
Que pecado cometeu André Ventura? É ou não verdade que uma maioria da raça cigana, além de mostrar muitas dificuldades de integração na sociedade, vive de expedientes do comércio de artigos contrafeitos e de outros negócios à margem da lei? Alguém já pediu fatura na Feira do Santo da Serra? E é, ou não, verdade que existe um gueto cigano no Bairro da Nazaré?
E o que têm a ver os Pretos, os Ciganos com os Venezuelanos imigrantes? Nada, mas não vamos ser hipócritas ao ponto de ignorar que existe um problema grave de xenofobia na Madeira contra os venezuelanos.
Não sou Sociólogo nem Antropólogo, por isso não vou perder tempo a encontrar motivos sociais que justifique a animosidade, e vou dissertar apenas em factos reais e económicos.
A imagem que nos ficou do emigrante venezuelano é aquela do individuo dos anos 70, rico, barrigudo, cheio de anéis e com dentes de ouro, que, quando vinha de férias à Madeira, exibia o seu mercedes e os bolívares nos arraiais, gozando com o madeirense pobre que sobrevivia comendo semilhas com orégãos.
O que acontece agora é que a geração seguinte dos barrigudos ricos, pelos motivos que todos conhecemos, regressou à terra dos pais. Muitos vieram apenas com a roupa no corpo e foram bem recebidos, mas outros trouxeram hábitos duma sociedade sul-americana podre e corrupta, que urge corrigir, para que a integração social seja feita em paz.
Existe uma animosidade crescente contra o comportamento dos venezuelanos. E são pequenos pormenores que fazem a diferença. No outro dia num dos supermercados da Região assisti a um burburinho porque um grupo de imigrantes venezuelanos achou normal ultrapassar toda a gente na fila, apenas porque se conheciam uns aos outros. E na semana passada alguém me dizia revoltado que, desde que tinha novos vizinhos venezuelanos, o contentor do lixo passou a ter lixo espalhado no chão, e nem pensou que podiam ser cães.
E será que é a culpa da xenofobia é apenas dos madeirenses? E o que dizer das festas luso venezuelanas promovidas por certos oportunistas políticos? Deixem-se de merdas e façam festas, apenas festas sem nomes e sem bandeiras, não isolem os venezuelanos em guetos! No fundo são esses promotores que incitam a xenofobia!
E para piorar tudo isto, os pobres imigrantes venezuelanos aceitam empregos abaixo do ordenado mínimo, trabalhando mais de 16 horas por dia, tirando empregos decentes aos desempregados madeirenses, o que aumenta ainda mais a revolta dos que querem trabalhar em condições legais. Que fique claro que, neste caso, a culpa não é dos venezuelanos, mas sim de empresários madeirenses sem escrúpulos que os exploram à margem da lei e longe da ARAE, que diga-se, faz vista grossa a isto tudo. Por onde andam os inspetores? A coçar a micose no facebook?
Cabe ao governo eleito criar condições de integração, formando e ensinando aos imigrantes a língua e os hábitos duma sociedade que se quer europeia. Aqui as regras são outras.
É muito fácil escrever textos bonitinhos e politicamente corretos, sobre a pobreza, sobre a igualdade de género, ou ainda sobre o direito dos animais abandonados, mas difícil e perigoso será escrever sobre algo que nenhum político ousa falar ou escrever, ou seja, a xenofobia do Madeirense.
E o que provoca a xenofobia? Será tudo mesmo xenofobia no sentido lato? Será que não existem outras razões?
Quando Miguel Albuquerque chamou ignorantes aos Madeirenses por causa dos refugiados Sírios, devia ter percebido que essa reação não era por xenofobia mas sim por medo conotado ao terrorismo. Quem garantia ao povo atolado pelo horror do terrorismo que junto com os pobres refugiados não vinha um terrorista cheio de bombas? O medo de morrer é lixado!
Sem dúvida que a xenofobia é um problema global causado por condições sociais e económicas. Se bem se lembram, o candidato do PSD à Autarquia de Loures, André Ventura, chocou o País quando afirmou "Os ciganos vivem quase exclusivamente de subsídios do Estado", o que lhe valeu a retirada imediata de confiança política de Passos Coelho, que se calhar pensava da mesma maneira, mas não tinha tomates para dize-lo em público. E o que se lixem as eleições Passos?
Que pecado cometeu André Ventura? É ou não verdade que uma maioria da raça cigana, além de mostrar muitas dificuldades de integração na sociedade, vive de expedientes do comércio de artigos contrafeitos e de outros negócios à margem da lei? Alguém já pediu fatura na Feira do Santo da Serra? E é, ou não, verdade que existe um gueto cigano no Bairro da Nazaré?
E o que têm a ver os Pretos, os Ciganos com os Venezuelanos imigrantes? Nada, mas não vamos ser hipócritas ao ponto de ignorar que existe um problema grave de xenofobia na Madeira contra os venezuelanos.
Não sou Sociólogo nem Antropólogo, por isso não vou perder tempo a encontrar motivos sociais que justifique a animosidade, e vou dissertar apenas em factos reais e económicos.
A imagem que nos ficou do emigrante venezuelano é aquela do individuo dos anos 70, rico, barrigudo, cheio de anéis e com dentes de ouro, que, quando vinha de férias à Madeira, exibia o seu mercedes e os bolívares nos arraiais, gozando com o madeirense pobre que sobrevivia comendo semilhas com orégãos.
O que acontece agora é que a geração seguinte dos barrigudos ricos, pelos motivos que todos conhecemos, regressou à terra dos pais. Muitos vieram apenas com a roupa no corpo e foram bem recebidos, mas outros trouxeram hábitos duma sociedade sul-americana podre e corrupta, que urge corrigir, para que a integração social seja feita em paz.
Existe uma animosidade crescente contra o comportamento dos venezuelanos. E são pequenos pormenores que fazem a diferença. No outro dia num dos supermercados da Região assisti a um burburinho porque um grupo de imigrantes venezuelanos achou normal ultrapassar toda a gente na fila, apenas porque se conheciam uns aos outros. E na semana passada alguém me dizia revoltado que, desde que tinha novos vizinhos venezuelanos, o contentor do lixo passou a ter lixo espalhado no chão, e nem pensou que podiam ser cães.
E será que é a culpa da xenofobia é apenas dos madeirenses? E o que dizer das festas luso venezuelanas promovidas por certos oportunistas políticos? Deixem-se de merdas e façam festas, apenas festas sem nomes e sem bandeiras, não isolem os venezuelanos em guetos! No fundo são esses promotores que incitam a xenofobia!
E para piorar tudo isto, os pobres imigrantes venezuelanos aceitam empregos abaixo do ordenado mínimo, trabalhando mais de 16 horas por dia, tirando empregos decentes aos desempregados madeirenses, o que aumenta ainda mais a revolta dos que querem trabalhar em condições legais. Que fique claro que, neste caso, a culpa não é dos venezuelanos, mas sim de empresários madeirenses sem escrúpulos que os exploram à margem da lei e longe da ARAE, que diga-se, faz vista grossa a isto tudo. Por onde andam os inspetores? A coçar a micose no facebook?
Cabe ao governo eleito criar condições de integração, formando e ensinando aos imigrantes a língua e os hábitos duma sociedade que se quer europeia. Aqui as regras são outras.
"Na pressa de ver preconceitos somente nos outros, não somos capazes de ver os nossos próprios racismos e xenofobias"
Mia Couto