Volto à "carga", o Porto do Caniçal é um grande problema mas os cidadãos ainda não ganharam noção da dimensão, por isso vou contando.
Tudo anda inquinado, as relações laborais, o trato ditador e desrespeitador do monopólio, a APRAM e a Polícia Marítima que não actuam, não há condições, higiene e segurança no trabalho, não há plano ambiental nem qualquer actuação, meus senhores não há nada, isto é só ganhar dinheiro com a força toda de preferência com os funcionários escravizados e sem despesas.
Se de um lado existem os mal vistos, os sindicalizados, que só exigem o respeito pela lei e condições mínimas de segurança, depois há os lambe-botas que, para estarem a bem, vão cedendo a cada vez mais exigências que se tornam em abusos cada vez maiores.
Entre os funcionários destas duas partes há atritos porque vêem o assunto de formas diferentes. Os sindicalizados acham que a eficiência, carreira, ordenados e segurança não são mais do que o mínimo para trabalhar, os outros não sei bem onde querem chegar com condições tão miseráveis. Estar a bem para não perder o emprego até que aconteça uma desgraça? Ou perde-se aos bocadinhos ou perde-se de uma vez mas perde-se. Julgo que estão comprometidos com decisões passadas mas vão, aos poucos, se apercebendo que estão cada vez mais escravizados sem maneira da situação, a única fé ou esperança que têm para que a situação se resolva. Ora isto está errado, no dia em que disserem "não" passarão a ser ostracizados. Ganhar dinheiro para as suas famílias faz ceder uma e outra vez, o monopólio abusa. Alimentam a incúria total de toda gente que deve decidir e estão atados e subjugados pelo monopólio dos Sousas e dos Pedra.
Hoje quero abordar um pouco mais sobre condições de segurança e higiene no trabalho mas também das condições ambientais que não se respeitam. As máquinas que ainda trabalham no Porto do Caniçal estão ultrapassadas, têm uma manutenção medíocre ou inexistente, as máquinas funcionam por carolice de um grupo de serralharia, os tais escravizado e que são pau para toda a obra da família Pedra e Sousa, os que fazem as "perninhas" na estiva sem formação e que só agora vão tê-la para serem usados como trunfo para pôr os verdadeiros estivadores a andar mas para continuar tudo igual. Talvez um dia passem pelo mesmo dos actuais estivadores e os compreendam.
ultimamente atingimos o limite, todas as máquinas avariadas e a menos avariada que estava parada há mais um ano voltou ao serviço sem condições. Não é preciso dizer que estas máquinas levantam muito peso e tanto o chão deve estar regularizado como a parte hidráulica deve estar perfeita. Chão irregular e patolas que cedem é máquina em desequilíbrio e um acidente à vista. As fotos mostram o resto ...
É evidente que a máquina menos avariada ia dar asneira, deu para safar o navio do Sousa (o resto que se amanhe) mas provocou uma descarga de óleo hidráulico no chão. Aliás, no Caniçal tudo pinga. Óleo, luvas, lucros fáceis ...
Se de condições de trabalho e de máquinas estamos falados falta a parte ambiental. O derrame provou que ninguém liga nenhuma nem há equipamentos para actuar e mitigar a poluição. Se encontrar buraco, escoa para canalizações ou vai para o mar, se não encontra torna-se poça à mercê dos movimentos portuários. Se for o único lugar por onde se pode passar é certo que é por lá que se circula.
Todos empurram com a barriga, desde a Polícia Marítima até à APRAM ninguém toma posição em relação a isto. É claro que os estivadores passam a ser os maus da fita pois são os que trabalham nestas condições. Estivadores com cerca de 20 anos no Porto do Caniçal nunca sentiram tanta falta de segurança a trabalhar, tanta precariedade na manutenção/segurança dos equipamentos. Estamos neste pé de guerra onde se espera alguma fatalidade. Parece que tem de acontecer algo de muito errado para alguém se mexer mas, nesse dia, serão conhecidos os responsáveis que não actuam, nomes e cargos.
Amplie as fotos.
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