Recorte da edição impressa do Diário de Notícias de hoje. |
Hoje, pelas páginas do Diário de Notícias, soubemos da candidatura de António Fontes ao Clube Naval do Funchal, há algum tempo sabida nos bastidores e lógico após o ataque, nas mesmas páginas, feito à Direcção que finda.
Enquanto indivíduo capaz de gerir e inovar, de ser directo e acabar com ambientes de intriga penso que todos lhe reconhecem capacidade mas, tal como noutros lugares e noutras candidaturas a composição das listas parece uma soma de contentamentos com o objectivo de alcançar o voto. Hoje em dia as eleições são "compradas" por associação de interesses e não no voto livre que, pura e simplesmente, analisa uma candidatura e o programa.
É nesta razão que assenta a observação de "sempre os mesmos", há uma falta de conhecimento fora da caixa resultado de uma análise durante a vida. Eu saberia quem gostaria de ter ao pé para os piores momentos em muitas áreas, o Tó saberia? O Clube Naval do Funchal tem esse desafio e é o maior Clube da Madeira se não estou em erro.
Tal como Paulo Cafôfo, chega livre ao embate mas faz questão de se queimar qualquer coisita deitando mão à prateleira dos quase a findar de prazo e em promoção. Sobretudo num dos casos da sua lista deveria se informar de como foi o passado do candidato noutra associação, o que permitiu de dívidas, de vista grossa colaborativa e ainda o ambiente que criou numa secretaria ao ponto de se extinguir pelas escolhas realizadas.
Nem todos têm plena razão ou deixam de a ter, o arqui-inimigo comum é de facto um jeitoso que conta as coisas como lhe dão jeito mas quando fora das estratégias acerta em pleno no perfil das pessoas que também estiveram na sua equipa. Nada é ao acaso. António Fontes quando pensa que terá terreno livre, em caso de vitória, já garantiu a sua quanta parte de anti-corpos. Com os seus sabe lidar mas com os dos outros vai ser difícil porque não vai compreender a razão dos ataques, vai estuporar, vai desopilar mas também ficar rude e desbocado, é aí que deve prestar atenção porque começa o seu calcanhar de Aquiles.
Fica uma última pergunta, preparou-se para governar noutra era mais eclética? Num clube aponta-se para todos os lados e não sempre para os mesmos. O arranque determina muito mais do que se pensa no sucesso dos mandatos. Sinceros desejos de sucesso e boa sorte, apesar de tudo é o meu candidato. Beijos.
Esta gente
Esta gente cujo rosto
Às vezes luminoso
E outras vezes tosco
Ora me lembra escravos
Ora me lembra reis
Faz renascer meu gosto
De luta e de combate
Contra o abutre e a cobra
O porco e o milhafre
Pois a gente que tem
O rosto desenhado
Por paciência e fome
É a gente em quem
Um país ocupado
Escreve o seu nome
E em frente desta gente
Ignorada e pisada
Como a pedra do chão
E mais do que a pedra
Humilhada e calcada
Meu canto se renova
E recomeço a busca
De um país liberto
De uma vida limpa
E de um tempo justo
Sophia de Mello Breyner Andresen, in "Geografia"