O PSD-M quer perder


Sem dúvida que o PSD-M quer perder, esta base de partida já nos conta tudo sobre o porquê de se derramar tanto dinheiro numa pré campanha eleitoral onde se chega ao cúmulo de comprar eleitores com vouchers de 150€, electrodomésticos, entre outros. Há uma plenitude de medíocres sem ideias ou argumentos que resolvem com a baixarias.

Normalmente sou um indivíduo pouco popular, que diz as coisas como são no CM e não como muitos gostariam de ver. A Cerdas foi má aposta, eu disse e teve um resultado paupérrimo para um PS que quer ser Governo. Esconderam o resultado mas fica a mancha. Agora o PSD sai com algumas intenções para a sua lista. O PSD-M não daria lista nenhuma se não estivesse a usar o Diário de Notícias para observar o falatório sobre as possíveis escolhas.

Sou dos tais que queria chegar à época das listas, com estas intenções só se o Cafôfo falhar muito, coisa que normalmente consegue, é um inapto para a gestão política e aquele Iglésias um perfeito idiota num momento de ouro. Se adicionarmos as criaturas do continente, que pensam que sabem gerir uma campanha eleitoral na Madeira, diria que era melhor fazerem as malas. É que não resulta até com o PSD-M, um imenso partido de quadros que decide escolher os piores e encomendar a promoção à corja de amigos do mentor Passos Coelho.

O PSD-M vai ver como as pessoas reagem à notícia, deixando tudo em aberto para não ofender ninguém nem activar os amigos da Renovação loucos para aplicar o que Albuquerque lhes ensinou ... fazer a folha denegrindo e inventando. O problema é que não há mudança nenhuma para a "escolha dos melhores", é tudo muito curto, as sondagens dão hecatombe ao PSD-M mas, como partido cristalizado que é, tem umas primas donas que não se tocam, mesmo no desespero quando o espaço é curto para brincadeiras.

É claro que o império Ramos tem que estar representado, o arrogante herdeiro lá está de novo, não acrescenta votos, mata o PSD-M. O amigo do peito do Albuquerque, o Adolfo, tem que continuar a pagar as suas dívidas, é outro inútil que não dá votos ao PSD-M. Eduardo Jesus está torrado na praça, outro arrogante com muita presunção que passa os dias a mentir aos madeirenses para salvar a face do mau trabalho realizado no Turismo, vale zero votos. Tranquada Gomes é um presunçoso, talvez o mais presunçoso, que nada traz ao PSD, atrás daquela figura só está derrota. Temos o malabarista do Prada, um problemático adicto, uma rapa heranças da Ribeira Brava e ainda só vamos nos certos. Por um fio só se salva uma e nos condenados outra.

Não me vou alongar mais nesta lixeira de lista, isto não é para servir os madeirenses mas para contentar a Renovação e tudo o resto foi esquecido. Apesar de todo este jogo de pinças, para ver o que o povo diz e depois manobrar, este arranque é péssimo, típico de uma comissão liquidatária do PSD-M composta por Calado, Albuquerque, Prada e um tal de Coelho. Que o PSD-M perca para também serem limpos. É que precisamos de partidos decentes.

O povo quer limpar e estes partidos só dão lixeira. Estas eleições estão a ser observadas como bipolarizadas, pode de facto se dar o caso do povo ao querer limpar o PSD-M e concentrar os votos em Cafôfo. Do outro lado estarão 40 anos de famílias e dependentes que não querem sair da zona de conforto e vão se esfolar para comprar tudo para votar mas, eu diria que, se há gente livre a votar, que os pequenos vão crescer e muito para controlar estas máfias todas da bipolarização e dos bengalas do CDS.

Com estas escolhas, se calhar o Cafôfo se sente autorizado a fazer pior. Tem capacidade para isso. Ai tristes eleitores ... e aqueles 9 seguros da lista do PSD mais Albuquerque e Calado podem ser o que o PSD consegue eleger ...


Permitam-me que lhes relembre um escrito do Eça para provar que o tempo é imóvel e estanque, você envelhece e morre mas a política está sempre igual:

"Em Portugal não há ciência de governar nem há ciência de organizar oposição. Falta igualmente a aptidão, e o engenho, e o bom senso, e a moralidade, nestes dois factos que constituem o movimento político das nações.

A ciência de governar é neste país uma habilidade, uma rotina de acaso, diversamente influenciada pela paixão, pela inveja, pela intriga, pela vaidade, pela frivolidade e pelo interesse.

A política é uma arma, em todos os pontos revolta pelas vontades contraditórias; ali dominam as más paixões; ali luta-se pela avidez do ganho ou pelo gozo da vaidade; ali há a postergação dos princípios e o desprezo dos sentimentos; ali há a abdicação de tudo o que o homem tem na alma de nobre, de generoso, de grande, de racional e de justo; em volta daquela arena enxameiam os aventureiros inteligentes, os grandes vaidosos, os especuladores ásperos; há a tristeza e a miséria; dentro há a corrupção, o patrono, o privilégio. A refrega é dura; combate-se, atraiçoa-se, brada-se, foge-se, destrói-se, corrompe-se. Todos os desperdícios, todas as violências, todas as indignidades se entrechocam ali com dor e com raiva.

À escalada sobem todos os homens inteligentes, nervosos, ambiciosos (...) todos querem penetrar na arena, ambiciosos dos espectáculos cortesãos, ávidos de consideração e de dinheiro, insaciáveis dos gozos da vaidade."