Se a Cocaína e a Heroína são nefastas para a Sociedade, esta nova
droga, que se apresenta em forma de pó de cor cinzenta e sem cheiro, é incomplacente e vicia implacavelmente ao primeiro contacto. Temos
conhecimento que a droga é frequentemente utilizada em festas privadas do jetset madeirense onde, além do consumo desenfreado de álcool, pratica-se sexo em grupo. Existem casos relatados na primeira pessoa que ficou logo viciada numa
dessas festas por inalação acidental apenas pelo facto de estar por perto.
São conhecidos casos de políticos que caíram nas malhas desta
nova droga e que nunca mais foram os mesmos. As reações conhecidas ao seu
consumo excessivo vão desde a euforia, paranoia, depressão, taquicardia,
irritabilidade, alucinações, priapismo doloroso, e nos casos mais dramáticos,
dialética sem nexo.
Segundo soubemos, este pó é extremamente perigoso e foi artificialmente
produzido no Egipto e alterado quimicamente em terras de Sua Majestade, e o pouco
que se sabe é que a sua base química inclui silicato tricálcico (CaO)3SiO2 e silicato
dicálcico (CaO)2SiO2, CaSO4·2H2O e carbonato de
cálcio (CaCO3).
Segundo um especialista em química, esta nova droga é altamente
viciante e não escolhe idades, credos, ou raças provocando a dependência imediata
da vítima. Os casos de overdose são dramáticos
e normalmente terminam com o internamento compulsivo ou mesmo com o coma
irreversível do toxicodependente. Nos casos de overdose, o simples facto de ingerir água pode provocar a morte. Até à data não são conhecidos casos de
desintoxicação de sucesso.
Infelizmente existe um vazio legal na legislação portuguesa que impede
a Lei de intervir e colocar um ponto final nesta praga. Até à data, todos os
processos onde os arguidos alegadamente traficavam e consumiam esta droga foram arquivados por falta de
provas devido ao facto desta não deixar quaisquer vestígios no organismo.
Pelo que sabemos, a droga perdura nos neurónios por muitos anos e
existem casos documentados de alguns políticos já reformados que sofrem ainda
as consequências nefastas da dependência desta droga.
Segundo consta é uma droga que circula livremente na Região Autónoma da Madeira
à vista das autoridades e é conhecida no submundo dos traficantes por cimento. Os traficantes costumam adicionar Fe, SiO2 e H2O e usam-na para contruir Viadutos, Portos, Hospitais e outras obras megalómanas.
Os humoristas dizem coisas revestidas de loucuras, e loucuras revestidas de sensatez."
Dossi, Carlo