O impasse gerado pela política e os interesses ainda vai dar num Flying Ferry ? |
Na internet, cada vez mais se difundem as espectaculares aterragens na Madeira, quando elas ocorrem ou quando abortam. É uma curiosidade de mata o turismo porque penso que ninguém, no seu perfeito juízo, vai de férias ou de trabalho na incerteza de que o seu voo se realiza ou se aterra.
Ninguém quer ter uma perspectiva de turismo onde os voos não são aprazíveis ou com um grau de incerteza de que venha a cumprir a "pontualidade" e assiduidade por horas ou até dias. As denominadas "escapadinhas", de trabalho ou lazer, podem resultar num consumo de tempo que as inviabiliza.
Por outro lado, sendo a inoperacionalidade do Aeroporto da Madeira algo que sucede com frequência, de Verão e de Inverno, generalizando-se a ideia de forte hipótese de divergir ou cancelar voos, a organização de eventos com a participação de pessoas pode ser condicionada na totalidade ou em parte colocando-os em causa, por ser impossível adiar, ou porque lhe pode tirar o brilho por uma participação só dos que conseguem chegar ou do material que vir. Aqui pode haver clientes que prefiram a certeza do que a rapidez.
Outro pormenor que afecta os madeirenses, nas viagens para fora do país, é a realidade de muitos comprarem viagens em reservas separadas para beneficiar do Subsídio Social de Mobilidade até Lisboa, o que a haver uma situação de inoperacionalidade do aeroporto da Madeira inviabiliza os apoios das companhias, quando retidos, porque o passageiro deixa de ter protecção assim com reservas em separado. Esta situação provoca que muitos desistam deste "modus operandi". O que se pede do Subsídio Social de Mobilidade é que nos dê as mesmas perspectivas, oportunidades, serviços e acessos a partir de uma maior centralidade do país colocando-nos em pé de igualdade com os mais bem servidos cidadãos de Portugal. Também nas viagens. Quero com isto dizer que o Subsídio Social de Mobilidade também cumpre o seu dever se nos colocar em Lisboa ou Porto para acederemos às low-cost para destinos que não existem a partir da Madeira. Se o aeroporto estiver operacional.
Quando o avião não chega são os navios que auxiliam ! |
Uma parte dos problema poderão ser solucionados com a existência de um ferry na linha Madeira - Continente, executando a mesma alternativa que o Lobo Marinho faz entre a Madeira e o Porto Santo para os voos divergidos que o Porto Santo consegue acolher. Há uma boa parte do turismo da Madeira que provém de carreiras regulares. O Ferry é importante para muitos eventos, os que existem ou outros que podem ser potenciados com a sua existência porque dá alternativas, opções, programação e solução a menos de 24 horas por viagem, quase sempre aprazível, que soa a pouco para quem precisa de uma semana para ver a sua situação de retido resolvida pelas companhias aéreas.
Nalgum tempo falava-se em energia eólica, uns diziam que era muito bom, outros que era inviável porque tinha que ter um grande parque de torres eólicas para que obtivesse resultados. Era o debate inicial. Deu-se o passo inicial e as torres eólicas foram sendo montadas paulatinamente. Tanto o Continente como a Madeira conseguiram que uma boa parte da produção de energia dispensasse a poluente fóssil. O Continente já teve o seu primeiro dia de produção integral de energia por alternativas, a Madeira tem caminho a percorrer.
Por curiosidade, sabe onde foram transportadas uma boa parte das torres eólicas para a Madeira? Pelo ferry, quando existia. Ou seja, quando temos os meios certos potenciamos novos negócios, novos eventos, novos transportes, novos usos e costumes, novas soluções com futuro. Basta que exista como aposta definitiva, o ferry, tal como a corrente eléctrica, quando chegar como aposta séria nunca mais ninguém desliga tal como a energia eléctrica na casa das pessoas.
Amplie e observe |
O Ferry necessita de um começo, como que se estivessem a colocar as primeiras torres eólicas, irá somando adeptos pela fiabilidade, pela existência, convencimento de que veio para ficar e não falha, por prova da experiência dos que forem usando a simplicidade e a poupança em tudo. Ao fim de algum tempo, tal como o parque eólico, produzirá grande efeito e será como a corrente eléctrica que mais ninguém desliga.
Há um mundo de oportunidades por explorar, não inventemos nada, olhemos só para a Europa e a Ásia e copiemos. A aviação quando precisa de recuperar os retidos nos aeroportos não altera, e está certo, as escalas dos voos que correm bem para socorrer os que têm problemas. É na carreira regular a preços astronómicos que, com a inoperacionalidade, se sobem os preços com os aflitos para viajar nas horas vagas da frota. É por isso que as soluções, não raras vezes, demoram até uma semana a se efectivar. Nalguns casos, o passageiro paga nova passagem cara para ganhar novo lugar para voar mais cedo nos voos sem complicações. Com essa decisão o passageiro sustenta-se sem protecção da companhia quando fora do aeroporto que serve o seu local de residência.
Está evidente que todos reúnem e falam mas ninguém resolve os problemas com origem na natureza ou na limitação das invenções humanas, o vento e as máquinas, agravados por não haver um plano de contingência, os equipamentos adequados no aeroporto e pela participação na grande mentira com retórica, jornalistas comprados, governantes sem força num governo cada vez mais cheio de incompetentes. Poderão invocar dinheiro quando fere o despesismo que se vê, só não há para o essencial. Forças de bloqueio são os burros do Governo Regional ajoelhados a um ex-presidente que não quer perder a razão e um oligopólio absurdo que ajuda a matar a Madeira de demografia decadente porque se emigra e não nasce neste ambiente de só alguns chulos.
A tendência é de fugir à realidade e encaminhar a solução da responsabilidade de não aterrar, como em busca de um mensageiro para condenar, aos pilotos, já que por agora são as regras estabelecidas com fundamento. Eles são humanos responsáveis por humanos. Oxalá optem pela vida e não pela parte comercial.
A solução está nos ferries, rápidos entre a Madeira e o Porto Santo (Calheta - Cançal) e num semanal entre a Madeira e o continente que, até poderá ter mais frequência, se lhe derem oportunidade.
O segredo dos medíocres que governam a Madeira é não dar oportunidade aos bons (pelo menos melhores do que eles) e às verdadeiras soluções para que não percam a razão. Sem oportunidades os medíocres com poder, económico ou político, vencem.
O segredo dos medíocres que governam a Madeira é não dar oportunidade aos bons (pelo menos melhores do que eles) e às verdadeiras soluções para que não percam a razão. Sem oportunidades os medíocres com poder, económico ou político, vencem.