Choradinho da Wilma









O principal defeito de todos os que crescem na porcaria é o cinismo. A capacidade que têm de parecer, de serem comuns mortais, comuns empresários, gente do povo, gente que sente como os pobres. Até fico comovida, não pelo exibicionismo mas pela indecência de vir ao campo dos sofredores abusar da sua condição para ser também igual a eles. É quando os ricos brincam aos pobrezinhos. Conhecemos essa estratégia nojenta.

Esta senhora da idade da pedra, para os íntimos a Wilma Flintstone, não teve pena nem capacidade para alertar e insistir no erro do Savoy que vai fazer dumping para encher e, como tal, fechar outros hotéis sem aquela escala de gestão enquanto observamos as consequências noutros centros comerciais. Esta senhora nunca se manifestou perante grandes superfícies que matariam o comércio tradicional, vai lá coitá-los porque fica bem na fotografia enquanto lhes rouba pelos fretes.

Esta senhora nunca fez o Governo descer à terra para perceber que não poderia tornar os apoios comunitários ao investimento zona dos grandes e dos encostados ao poder. Que também não poderia ser conivente com esses mesmos enqunato devedores ao Fisco e à Segurança Social mas que vão formando empresas e esquemas só para caça ao dinheiro à borla de apoios ao investimento.

A livre iniciativa privada e sã concorrência é com esta senhora, controlar pela Associação Comercial e Industrial e as suas iniciativas do mercado, usá-la para seus fins pessoais e empresariais, estar perto dos apoios comunitários disponíveis, ter a capacidade de iniciativa dos outros por perto, fazer parecer tudo normal com uma excepção, os seus negócios. Ainda me recordo de como foi possível esticar o mandato e com isso ter palco nesta altura para estar presente nos momentos cruciais. Não dá com a Renovação, vamos com Cafôfo. Não se domina o movimento ferry, ficamos com ele. Agora que o ferry está nas mãos por imperiosa necessidade de evitar danos maiores surge o choradinho da Wilma sempre de marca e que cumpre com a missão a que se propuseram, usar 3 milhões de Euros para sabotar o ferry. As historietas já começaram porque o fim está pensado.

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Imagino a tristeza, a quase depressão que não terão por se confirmar que o ferry não tem futuro na Madeira. Tudo porque em cada canto do poder está um elemento para sabotar o nosso futuro, para manter um oligopólio. A cada momento há uma história convincente, depois olhamos para trás e nada muda, tudo nas mãos dos mesmos.

Uma senhora que quer controlar tudo faz um choradinho com pena dos que não controlam o mercado. Nunca teve pena que outros se afundassem com a desregulação do mercado pela inserção de grandes superfícies mas, agora é importante chorar para abater o ferry. Coitados dos que em 3 meses verão seus negócios arruinados pelo ferry. A instrumentalização dos pequenos para defender o seu negócio nos portos.

A associação comercial e industrial adverte para os prós e contras da operação. Só conheço prós minha senhora, se não for controlado pelo seu grupo organizado de monopólio. Deixe-se de fingimentos e posições antagónicas. O que quer ser? Sócia da ETP, presidente da ACIF, candidata a secretária ou gestora de apoios ...?

Cidade, rumor e vaivém sem paz das ruas/ Ó vida suja, hostil, inutilmente gasta,/ Saber que existe o mar e as praias nuas,/ Montanhas sem nome e planícies mais vastas/ Que o mais vasto desejo,/ E eu estou em ti fechada e apenas vejo/ Os muros e as paredes, e não vejo/ Nem o crescer do mar, nem o mudar das luas./ Saber que tomas em ti a minha vida/ E que arrastas pela sombra das paredes/ A minha alma que fora prometida/ Às ondas brancas e às florestas verdes."
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