Nas barbas da Autonomia


Enviado por Denúncia Anónima
Quarta-feira, 16 de Maio de 2018 18:02
Texto, título e fotos do autor.

A natureza construiu uma praia sem estudos, é um facto, mas com inteligência e de borla, para matar as ondas, não a quisemos nasceu o cais 8 com o propósito de usar os entulhos do aterro, que não serve para atracar navios mas dizem que nos proteger. Qualquer dia vamos ver este cais desmontado como tantos outros na Madeira por obra das intempéries. A piada é que construíram do lado de cá e agora chegam à conclusão que deveria ser do lado de lá na Pontinha. Tudo estudado para justificar. Se um dia for para o terreno (que será mar), o prolongamento da Pontinha vai precisar de inertes e vão custar uma pipa de massa, brocando algures a ilha em mais uma britadeira dos inconscientes do betão, quando já não temos o aterro nem ninguém oferece os inertes que anda a roubar das ribeiras.

O mar morria na praia, agora morre às portas do Mercado dos Lavradores e ainda está para ver a água salgada que perca vai fazer ao penetrar nos solos, nos alicerces dos edifícios que nunca foram construídos para isso. E quem se vai responsabilizar?

Construíram-se muralhas em basalto com a ciência e a experiência de quem já tinha vivido outros aluviões usando um material abundante e rijo da ilha. Tornaram-se seculares e provaram ser seguras, o que as atraiçoou foram os entulhos dos desmandos da Madeira Nova. Sem saber o que fazer ao dinheiro de todos para chegar às contas de alguns já ricos do regime, decidiram revestir o basalto com cimento, depois de grandes estudos que acabam sempre com falhas graves. Gostava muito de ver esses estudos.

As intervenções nas ribeiras e na costa que vão do Cais da cidade até à EEM são uma grande burla que ainda não acabou. O desassoreamento às vezes é de uma semana para a outra conforme o estado do tempo, outras vezes dura um mês e meio mas, do que tenho certeza, é que tudo foi premeditado, até fizeram rampa para aceder onde se acumulam os inertes. Na Madeira não se estuda para evitar despesa mas sim para fazer despesa.

Cada vez que passo por este gamanço premeditado, frequente e insultuoso penso em quem estará a gozar de uma boa reforma, um pinga-pinga que muitos portugueses não têm. Isto quando por aí andam uns tontos a brigar por causa de um lugar para conversar por causa do aí Jesus da Autonomia. Para roubar não fazem tanta cerimónia Nas barbas da estátua roubam todos os meses e com isso ninguém se ofende.