Em abono da verdade, um líder pode até ser um idiota se rodeado de excelente staff mas há um problema, um idiota não escolhe ninguém superior por não querer evidenciar a sua fraqueza. Um idiota também tem orgulho.
Um líder coordena tendências, informação, humores, políticas, pessoas e ideias. Se ele não deixar todos confortáveis não é líder. Se escolher uma parte é chefe de tribo e, a tribo trabalha para a tribo e não para a pradaria.
Como em todos os filmes de cowboys, o índio enquanto faz rezas para isto e aquilo, anda munido de flechas e faz muito barulho, o cowboy pega na arma e acaba a “festa”.
No faroeste americano, os diferendos entre cowboys e índios era quase sempre por terras e depois vinganças pessoais. Se das terras percebe-se, as vinganças vinham de um sem fim de represálias pelas mortes.
Nunca vi mas pode existir um filme de cowboys onde se resolvam diferendos com os índios, apelando ao bom senso e à negociação de modo a que não acabasse sempre com uma pradaria de mortos pelo chão onde a lei da bala prevalecia. Na verdade, a imposição da razão da força.
A história universal contém as experiências passadas para não cometermos os mesmos erros mas parece que ninguém lê, impera sempre o erro e o orgulho subsequente que o mantém de forma irracional. Muitas vezes, os líderes arrastam o seu povo para a desgraça, só para não ferir algo tão pequeno como o orgulho quando se tem de zelar por um povo.
A política regional é feita de cowboys e índios, temos que estar preparados para a contagem dos mortos e à abertura das sepulturas. Há tantos loucos prontos para morrer de orgulho.
Tudo que não seja viver escondido numa casinhola, pobre ou rica, com uma pessoa que se ame, e no adorável conforto espiritual que dê esse amor - me parece agora vão, fictício, inútil, oco e ligeiramente imbecil.
Eça de Queirós/ "Correspondência"