Foi um ano atípico, com notícias cirúrgicas contra aqueles que no centro direita podiam colocar em causa o poder da renovação. Manuel António Correia, Joaquim José Sousa, viram-se envolvidos em acusações de prevaricação e abuso de poder. É caso para dizer que a Justiça tem óculos para o longe mas não para o perto. Os homens dizem-se inocente e acredito, até porque há algo que me é familiar ...
O mais interessante destas notícias é sabermos, por meios bem ligados ao PSD, de que a Renovação foi a mentora da destruição destes dois destacados opositores das suas práticas. Sabemos que perante o descalabro da Renovação, a oposição democrática esteve na iminência de se candidatar às Regionais deste ano, tendo exatamente Manuel António Correia e Joaquim José Sousa como dois dos mentores dessa oposição, que englobava destacadas figuras do PSD, do CDS, do PS e de outros pequenos partidos.
Tendo sido feito diversos contactos partidários, que começaram a desmoronar-se com as ameaças a Manuel António Correia e a sanção a Joaquim José Sousa. Tendo apenas o segundo ido a votos, com os resultados que se conhecem.
A renovação e os renovados coligados tudo fazem para difamar ou comprar toda gente, o rumo está errado, ainda será a Renovação a se ver envolvida nalgum caso sem apelo nem agravo. O medo está instalado, sabem os antigos secretários, diretores regionais, diretos de escola, médicos, professores e demais funcionários públicos que a renovação é capaz de tudo contra aqueles que ousem pensar fora das amarras.
Rui Barreto e o CDS, pode ter aqui um papel fundamental, defendendo a democracia e a meritocracia, mas para isso terão de enfrentar uma renovação que não hesitará em os atropelar.
Segundo Manuel António Correia:
“Penso provar a minha inocência em julgamento porque é assim que me sinto. Em consciência, nunca pratiquei, nesta ou noutra situação, qualquer ato ilegal. Pelo contrário, agi sempre na convicção de estar a defender o interesse público”
“Essas licenças eram habituais na Madeira e fora da Madeira para embarcações estrangeiras e tinham diversos efeitos positivos para o interesse público. Essas licenças que me foram pedidas pela cooperativa representativa do setor pesqueiro da Madeira serviam exatamente para beneficiar todo o setor pesqueiro da Madeira e, inclusive, para pagar dívidas à região”
“Que fique bem claro que nunca tive qualquer benefício pessoal pela emissão destas licenças, nem o processo diz isso, mas antes, quem beneficiou foi o setor pesqueiro da região e a própria região”
Segundo Joaquim José Sousa:
“Sinto desde o início que vou provar a minha inocência em julgamento porque a secretaria da educação tudo está a fazer para adulterar os factos. Nunca pratiquei, nesta ou noutra situação, qualquer ato ilegal. Pelo contrário, substitui professores, assegurei serviços, substitui colegas da direção, agi sempre na convicção de estar a defender o interesse público"
“O que me acusam é da praxis na Madeira, enviar horários por email? Respeitar a autonomia? Defender o interesse público? Respeitar os regimentos e os regulamentos em vigor na escola? Limitei-me a defender o interesse público. Essas “ninharias burocráticas” não prejudicaram o interesse público – mas 60 professores a mais, numa escola afeta ao regime custaram mais de 1 milhão de euros ano – sem qualquer consequência”
“Ao longo dos anos dei bem mais do que recebi, nunca tive qualquer benefício pessoal por qualquer ato administrativo”
Seja qual for o resultado destes processos, se ambos forem inocentados em sede de julgamento serão fundamentais para o futuro da Madeira e a renovação deve ser penalizada por perseguir e destruir tantos e tantos quadros de excelência.
Quarta-feira, 16 de Outubro de 2019 20:01
Texto e título enviados pelo autor. Ilustração CM.